27/06/2007
26/06/2007
Fenómeno papá sozinho com bebé
Cada vez que saio à rua com a minha filha bebé sou abordado por mulheres de todas as idades, principalmente por jovens de tenra idade com o relógio biológico a tilintar por todos os poros. Metem conversa, elogiam e desfazem-se em sorrisos.
Já tinha verificado este fenómeno com os meus outros filhos mas já lá vão dez anos e na altura era um jovem com boa figura.
Este facto deveria fazer-me bem ao ego mas, como não ando à procura de parelha, apenas me chateia. Portanto, caros amigos solteiros, se quiserem a filhota emprestada para irem passear... eu faço de agência casamenteira e vocês de baby-sitter.
Já tinha verificado este fenómeno com os meus outros filhos mas já lá vão dez anos e na altura era um jovem com boa figura.
Este facto deveria fazer-me bem ao ego mas, como não ando à procura de parelha, apenas me chateia. Portanto, caros amigos solteiros, se quiserem a filhota emprestada para irem passear... eu faço de agência casamenteira e vocês de baby-sitter.
24/06/2007
Guantanamo - The Divine Comedy
Já há algum tempo eu tinha perdido o contacto com "The Divine Comedy" do irlandês Neil Hannon, mas no ano passado eles regressaram vitoriosamente com "Victory for the Comic Muse" ( www.myspace.com/thedivinecomedy ). Também em 2006 decidiram não ficar calados em relação à situação vergonhosa dos presos políticos no campo de Guantanamo: www.youtube.com/watch?v=TPTowHCETgg
(P.S. Ver também, como repara o Rui: http://www.thedivinecomedy.com/)
23/06/2007
"Eu não existo sem você"
No post anterior a Ana Paula deixou um comentário com uma citação de um poema do Vinicius, que é também a letra de uma linda canção da dupla Vinicius/Jobim e que eu adoro.
Por isso peguei na guitarra e cantei os versos que ela deixou pois como disse o poeta "a canção só tem razão se se cantar"
Por isso peguei na guitarra e cantei os versos que ela deixou pois como disse o poeta "a canção só tem razão se se cantar"
22/06/2007
Dialética
É claro que a vida é boa
E a alegria, a única indizível emoção
É claro que te acho linda
Em ti bendigo o amor das coisas simples
É claro que te amo
E tenho tudo para ser feliz
Mas acontece que eu sou triste...
Vinicius de Moraes
.
E a alegria, a única indizível emoção
É claro que te acho linda
Em ti bendigo o amor das coisas simples
É claro que te amo
E tenho tudo para ser feliz
Mas acontece que eu sou triste...
Vinicius de Moraes
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Richard Galliano - Tears
Emoção e virtuosismo no acordeão.
Florin Niculescu, Bireli Lagrene e Richard Galliano.
21/06/2007
20/06/2007
"O Grande Criador" agora é um Clássico
Foi uma surpresa o convite do Festival de Teatro Clássico de Mérida para representarmos Portugal com o espectáculo "O Grande Criador". Não pela qualidade do espectáculo (com estrondoso sucesso em Espanha), mas pela temática do Festival.
Dizia ontem o director do festival, Francisco Carrillo, que este espectáculo é o clássico dos clássicos pois é baseado em episódios bíblicos.
Teatro Romano de Mérida (Sec I aC)
O Festival começou em 1933 e esta é a 53ª edição que se vai realizar de 12 de Julho a 26 de Agosto.
E eu vou fazer de Deus na Alcazaba Árabe no dia 27 de Julho. Apareçam, a cidade é linda e o festival tem uma programação de luxo.
Teatro Dionysus
Peço desculpa aos menos poliglotas mas é muito tarde para traduzir textos.
Foi sobretudo aqui que começou o nosso teatro.
It was the first stone theatre ever built — cut into the southern cliff face of the Acropolis — and the birthplace of Greek tragedy. The remains of a restored and redesigned Roman version can still be seen at the site today.
In Classical Athens, when the theatre was the venue for the Greater Dionysia , competitions were held between Greek dramatists as part of the occasion. The categories that could be entered were Greek Tragedy, Comedy and Satyr play. The plays were performed by a Chorus, and the audience served as judges. Amongst those to have competed are all the reknowned dramatists of the Classical era, such as Sophocles, Euripides, Aristophanes and Aeschylus.
In the mid 4th century BC, racked stone tiers were constructed (where wooden benches probably resided before) in order to allow more seating. After this the theatre fell into disuse and little is recorded until 61AD where there is evidence of major renovations done by the emperor Nero.
Foi sobretudo aqui que começou o nosso teatro.
The Theatre of Dionysus was a major open air theatre in ancient Greece, built at the foot of the Athenian Acropolis and forming part of the temenos of "Dionysus Eleuthereus". Dedicated to Dionysus, the god of plays and wine (among other things), the theatre could seat as many as 17,000 people, making it an ideal location for ancient Athens' biggest theatrical celebration, the Dionysia. It became the prototype for all Theatres of ancient Greece.
It was the first stone theatre ever built — cut into the southern cliff face of the Acropolis — and the birthplace of Greek tragedy. The remains of a restored and redesigned Roman version can still be seen at the site today.
In Classical Athens, when the theatre was the venue for the Greater Dionysia , competitions were held between Greek dramatists as part of the occasion. The categories that could be entered were Greek Tragedy, Comedy and Satyr play. The plays were performed by a Chorus, and the audience served as judges. Amongst those to have competed are all the reknowned dramatists of the Classical era, such as Sophocles, Euripides, Aristophanes and Aeschylus.
In the mid 4th century BC, racked stone tiers were constructed (where wooden benches probably resided before) in order to allow more seating. After this the theatre fell into disuse and little is recorded until 61AD where there is evidence of major renovations done by the emperor Nero.
18/06/2007
14/06/2007
J. Rentes de Carvalho, um Português na Holanda
Na segunda feira passada vi na RTP o programa "Prós e Contras" sobre o tema "Os novos escravos do trabalho". Uma parte importante da emissão foi dedicada a algumas situações delicadas de trabalhadores portugueses na Holanda. Muitos esperam encontrar lá um paraíso, mas vêem-se explorados da pior maneira.
Um dos convidados no programa foi o escritor J. Rentes de Carvalho, um transmontano que vive há mais de 50 anos na Holanda. Um facto muito curioso: este homem já vendeu lá muitas centenas de milhares de livros (escritos originalmente em português e todos imediatamente traduzidos!), mas tem ao mesmo tempo um público muito restrito em Portugal.
Nos anos '80 li dois livros dele que contribuiram muito para despertar a minha curiosidade em relação a Portugal: "Waar die andere God woont" (título original: "Com os holandeses"), um retrato bastante cáustico dos holandeses e dos seus costumes que subscrevo e "Portugal, de bloem en de sikkel" (título original: "Portugal, a flor e a foice"), escrito logo depois da Revolução do 25 de Abril. Há muita coisa a dizer sobre este homem com um percurso biográfico bastante invulgar, veja p. ex. http://alfarrabio.di.uminho.pt/vercial/rentes.htm
Aqui um pequeno exerto de uma entrevista com ele na Holanda.
Pergunta: "Vivendo há tantos anos na Holanda deve conhecer profundamente a idiossincrasia da sociedade holandesa. Que caracteristicas dessa sociedade fariam falta a Portugal? E da sociedade portuguesa, há alguma característica que faria falta à Holanda?"
Resposta: "Dos holandeses bem nos falta o afinco ao trabalho e ao estúdo a sério, a consciência social, a disciplina, a pontualidade.
Para a Holanda poderíamos certamente exportar aquela nossa forma de carinho que, mesmo quando não é sincera, sempre dá um certo conforto à alma. E poderíamos ensinar os holandeses a comer. Há aqui excelentes restaurantes, mas a culinária doméstica é de fugir dela a sete pés. Um pouquinho do nosso "deixa lá" também compensaria a rigidez calvinista."
Eu não posso concordar mais!
No início deste ano, aos 77 anos, este homem abriu o seu website e blogue pessoal "Tempo Contado", http://www.tempocontado.blogspot.com/ .
Depois do programa da RTP resolvi deixar um comentário neste blogue, mas cometi o lapso imperdoável de interpretar o inicial "J." como "Joaquim". Desenvolveu-se um pequeno tertúlio a três (entrou também a visitante do nosso blogue "Maria Velho"), onde sai uma pistola da gaveta, onde se trocam nomes e sexos e onde se fala também do Purgatório e do Limbo....
Ver o post "Mauser 6,35" do dia 12 de Junho.
12/06/2007
Karlheinz Stockhausen
Através de um comentário ao post "Novas Partituras" do Rui aparece outra vez (ver o post de 3 de Abril) o nome de Karlheinz Stockhausen. Vale a pena ver uma rara entrevista com ele (que encontrei no blogue http://fantasiamusical.blogspot.com/ ) em http://www.youtube.com/watch?v=mrzi4YNhvig .
Aquele "Helicopter String Quartet" dele ficava bem no "Apocalypse Now Redux" de Francis Ford Coppola a substituir a "Cavalgada das Valquirias" de Wagner na versão original...
11/06/2007
Saudade em Atenas
Amanhã vou dar corda às minhas Camper e pôr-me a milhas. Literalmente. Ou quase. Em Atenas vou assistir e celebrar a 200ª apresentação do espectáculo "Saudade - Terres d'eau" da companhia Dos à Deux (www.dosadeux.com) para o qual fiz a banda sonora há dois anos atrás.
Desde a estreia que não o vejo, nem ao espectáculo nem à equipa, e, passe o pleonasmo, vou mesmo para matar saudades. Além de serem actores "shaolin" e criativos geniais, são, antes de mais, boas pessoas e bons amigos. ("It´s nice to be important. But it's more important to be nice.")
Mas avante. Prometo não colocar aqui muitas fotos da Acrópole e do Mediterrâneo. Só as suficientes...
E já agora, a foto é da Marta Carreiras, outra companheira dos caminhos, que me apanhou assim em Montesinho no Outono passado.
09/06/2007
Ilha Terceira - Quase Paraíso
A primeira viagem da Kumpania Algazarra aos Açores (no mês de Agosto estão previstas mais duas idas). Hospitalidade, um concerto com chuva, um passeio inesquecível no interior da Ilha Terceira (fazer clique nas imagens para ampliar as fotos).
"Quase paraíso" por causa da presença militar que é uma vergonha.
Um espaço tão verde com um sinal de entrada proibida "excepto a veículos militares, forças policiais e serviços florestais", isto não fica muito bem...
Para não falar na base militar das Lajes onde foi decidida o início da última guerra no Iraque no domingo 16 de Março 2003. Como sugeri num comentário a um post anterior ("Dia Mundial da Criança", 1 de Junho): "Blair, Aznar, Durão e Bush", (sete sílabas, escandidas como cinco colcheias e duas semi-colcheias em staccato de metralhadora, pois é esta a "música" que os Senhores da Guerra entendem melhor), "apagaram aqui para muitos a luz" (seis semi-colcheias, uma pausa de uma colcheia e mais seis semi-colcheias, duas rajadas...).
Desculpe este desabafo de um objector de consciência, mas tinha que ser....
07/06/2007
O que é Arte?
.
O pessoal de Filosofia é que vai dando algumas respostas apesar de ficarmos sempre com mais perguntas.
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Um interessante ensaio: "Três teorias sobre um problema central da estética"
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O pessoal de Filosofia é que vai dando algumas respostas apesar de ficarmos sempre com mais perguntas.
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Um interessante ensaio: "Três teorias sobre um problema central da estética"
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06/06/2007
Isaac Albéniz
Isaac Albéniz (1860-1909) para além de ter sido um compositor de referência e um virtuoso pianista e guitarrista, tem na sua biografia alguns episódios não oficiais mas bastante interessantes.
Conta-se que com apenas 10 anos embarcou clandestino num barco para a América do Sul e quando foi encontrado propôs-se a trabalhar tocando piano no salão de baile. Criança prodígio e pianista virtuoso rapidamente deixou perplexa toda a tripulação e os passageiros do navio. Ainda fez algum dinheiro e a partir daí foi contratado para repetir a proeza.
Outro episódio raro foi a tentativa de entrar para o conservatório de Paris com apenas 12 anos (onde a idade mínima de admissão eram os 16 anos). Conta-se que o pai estava quase a convencer os directores de que o rapaz com 12 anos já teria maturidade suficiente para entrar na prestigiada escola, quando a criança na sala ao lado a brincar com uma bola parte o vidro da porta da direcção e a bola vai direitinho à cabeça do Reitor. Acabaria por entrar no conservatório de Estrasburgo aos 16 anos.
Conta-se que com apenas 10 anos embarcou clandestino num barco para a América do Sul e quando foi encontrado propôs-se a trabalhar tocando piano no salão de baile. Criança prodígio e pianista virtuoso rapidamente deixou perplexa toda a tripulação e os passageiros do navio. Ainda fez algum dinheiro e a partir daí foi contratado para repetir a proeza.
Outro episódio raro foi a tentativa de entrar para o conservatório de Paris com apenas 12 anos (onde a idade mínima de admissão eram os 16 anos). Conta-se que o pai estava quase a convencer os directores de que o rapaz com 12 anos já teria maturidade suficiente para entrar na prestigiada escola, quando a criança na sala ao lado a brincar com uma bola parte o vidro da porta da direcção e a bola vai direitinho à cabeça do Reitor. Acabaria por entrar no conservatório de Estrasburgo aos 16 anos.
05/06/2007
Dom Quixote Intermitente III
Ultimamente têm surgido com alguma insistência rumores de que seria possível para os profissionais liberais com um rendimento anual até aos 10.000 euros pedir isenção de pagamento da contribuição para a Segurança Social.
Acho que estes rumores não têm fundamento. Em Outubro 2006 entreguei um requerimento à Segurança Social para obter diminuição (não isenção) da contribuição com base na minha declaração e liquidação IRS de 2005. O requerimento não foi considerado, pois o meu rendimento ilíquido em 2005, apesar de não chegar aos 10.000 euros, foi superior a 18 vezes o sálario mínimo nacional. Para o meu requerimento ser contemplado o rendimento anual ilíquido em 2005 devia "elevar-se" a menos de 7000 euros....
O argumento que às vezes mais da metade do meu rendimento ilíquido é gasto com o pagamento da renda de casa (o que é completamente ilegal na maioria dos países civilizados, o valor da renda oscila normalmente entre um quarto e um terço do ordenado) pelos vistos não conta para o legislador.
A seguir expus a mesma questão ao Provedor de Justiça que somente confirmou que a rejeição do meu requerimento estava dentro da Lei em vigor (sem surpresa, o Provedor só verifica a aplicação da Lei, não a Justiça da mesma Lei, por isso ele chama-se Provedor de Justiça, não é?.... mas olha, acho que alguma coisa não bate certo aqui!).
Por isso vemos na imagem um Dom Quixote estatelado no chão, para já derrotado pelos Moinhos do Estado. Mas de certeza ele vai levantar-se para uma nova investida...
Acho que estes rumores não têm fundamento. Em Outubro 2006 entreguei um requerimento à Segurança Social para obter diminuição (não isenção) da contribuição com base na minha declaração e liquidação IRS de 2005. O requerimento não foi considerado, pois o meu rendimento ilíquido em 2005, apesar de não chegar aos 10.000 euros, foi superior a 18 vezes o sálario mínimo nacional. Para o meu requerimento ser contemplado o rendimento anual ilíquido em 2005 devia "elevar-se" a menos de 7000 euros....
O argumento que às vezes mais da metade do meu rendimento ilíquido é gasto com o pagamento da renda de casa (o que é completamente ilegal na maioria dos países civilizados, o valor da renda oscila normalmente entre um quarto e um terço do ordenado) pelos vistos não conta para o legislador.
A seguir expus a mesma questão ao Provedor de Justiça que somente confirmou que a rejeição do meu requerimento estava dentro da Lei em vigor (sem surpresa, o Provedor só verifica a aplicação da Lei, não a Justiça da mesma Lei, por isso ele chama-se Provedor de Justiça, não é?.... mas olha, acho que alguma coisa não bate certo aqui!).
Por isso vemos na imagem um Dom Quixote estatelado no chão, para já derrotado pelos Moinhos do Estado. Mas de certeza ele vai levantar-se para uma nova investida...
Dom Quixote Intermitente II
Vá lá, mais uma dose.
Carta à Direcção Geral da Solidariedade e Segurança Social, 7 de Agosto 2006.
Assunto: Isenção (parcial) de contribuições à Segurança Social.
"Exmos. Senhores,
Por meio de boletins noticiários televisivos fui hoje informado acerca de um regime contributivo especial (em relação à Segurança Social) de certas categorias da população, ou seja:
- os militares pagam 0% de contribuição;
- os padres pagam 4% de contribuição;
- os futebolistas pagam 11 % de contribuição,
valores muito abaixo dos mais de 25 % que paga este seu servidor Zé Povinho, músico em regime liberal. Parece-me uma situação muito injusta, uma vez que eu, tal como as categorias referidas, também dou a minha contribuição à esta "sociedade de espectáculo", ainda por cima sem vender ilusões como os "profissionais" acima referidos; sou músico num projecto da Fundação do Gil para humanizar as Pediatrias em Hospitais em todo o país.
Gostava então de saber qual é a justificação para a existência e continuação de tal situação. Mais: queria por este meio repetir a minha queixa d.d 8-9-2005 à CRSS - LVT - relações públicas - Margarida L. Monteiro em relação ao aumento brutal da contribuição do 1º escalão em 50%, consequência directa de uma fuga fiscal generalizada durante décadas por ausência de cruzamento de dados entre Finanças e Segurança Social, situação que só pode ser explicada por conivência dos sucessivos Governos.
Aguardando a sua resposta,
Com os melhores cumprimentos"
Carta à Direcção Geral da Solidariedade e Segurança Social, 7 de Agosto 2006.
Assunto: Isenção (parcial) de contribuições à Segurança Social.
"Exmos. Senhores,
Por meio de boletins noticiários televisivos fui hoje informado acerca de um regime contributivo especial (em relação à Segurança Social) de certas categorias da população, ou seja:
- os militares pagam 0% de contribuição;
- os padres pagam 4% de contribuição;
- os futebolistas pagam 11 % de contribuição,
valores muito abaixo dos mais de 25 % que paga este seu servidor Zé Povinho, músico em regime liberal. Parece-me uma situação muito injusta, uma vez que eu, tal como as categorias referidas, também dou a minha contribuição à esta "sociedade de espectáculo", ainda por cima sem vender ilusões como os "profissionais" acima referidos; sou músico num projecto da Fundação do Gil para humanizar as Pediatrias em Hospitais em todo o país.
Gostava então de saber qual é a justificação para a existência e continuação de tal situação. Mais: queria por este meio repetir a minha queixa d.d 8-9-2005 à CRSS - LVT - relações públicas - Margarida L. Monteiro em relação ao aumento brutal da contribuição do 1º escalão em 50%, consequência directa de uma fuga fiscal generalizada durante décadas por ausência de cruzamento de dados entre Finanças e Segurança Social, situação que só pode ser explicada por conivência dos sucessivos Governos.
Aguardando a sua resposta,
Com os melhores cumprimentos"
Dom Quixote Intermitente I
Num comentário ao seu post "O Fura-Greves" de 30 de Maio (Dia de Greve Geral) o caro colega Fernando convidou-me para expor mais detalhes da minha luta desigual contra os Moinhos do Estado. Isto em relação ao meu acto de desobediência civil quanto ao pagamento das contribuições obrigatórias para a Segurança Social.
No Verão de 2005 (sempre em época de férias, claro, para tentar evitar grande contestação) o Governo aumentou por Lei a contribuição para a Segurança Social dos trabalhadores independentes: a contribuição mínima passou a ser 25,4 % de 1,5 x ordenado mínimo em vez de 25,4 % de 1 x ordenado mínimo, ou seja: um aumento de 50% de uma vez!
A Lei entrou em vigor em Outubro de 2005, desde então eu recuso-me a pagar este aumento de 50%, pago trimensalmente dois meses de contribuição o que corresponde ao valor da contribuição antiga. O cálculo é simples: entre Outubro 2005 e Junho 2007 passaram 21 meses, segundo a nova Lei eu devia ter pago 21 x 25,4% x 1,5 x ordenado mínimo, mas paguei 21 x 25,4% x 1 x ordenado mínimo. Segundo a Lei antiga estou com as contribuições em dia, segundo a nova Lei tenho uma dívida de 7 meses de contribuição, 1000 e tal euros, mais juros.
Aqui em extenso o meu primeiro sinal de protesto, dirigido à Sra. Margarida Monteiro da Segurança Social (também enviada em cópia aos partidos políticos), no início de Setembro 2005:
"Exma. Senhora,
Tomei conhecimento do Decreto Lei 119/2005, como foi publicado no Diário da República do dia 22 de Julho 2005.
A mudança do regime de contribuição é uma decisão política, percebo que o seu Serviço não é a instância indicada para discutir esta decisão. No entanto, não posso deixar de comentar esta nova Lei, uma vez que, na minha opinião, o diálogo com o legislador só se efectua de quatro em quatro anos durante as eleições parlamentares (razão pela qual a minha confiança na "democracia" parlamentar é minimal).
1 - Quando o anterior Ministro das Finanças Campos e Cunha apresentou em Bruxelas as medidas, tomadas pelo Estado Português para reduzir o défice orçamental, ele mencionou como uma delas: o cruzamento de dados entre Finanças e Segurança Social para combater fraudes.
O antigo presidente do Banco Europeu Wim Duisenberg reagiu com espanto: na maioria dos paises civilizados isto já está a ser feito há muito tempo, praticamente desde a introdução do computador nos Serviços! Porquê este cruzamento de dados não foi efectuado em Portugal há muito mais tempo? Há aqui conivência dos próprios Governos com a evasão fiscal!
Fico com a nítida sensação que agora vou pagar mais 50% de contribuição porque durante muitos anos os sucessivos Governos protegeram o mau e não-pagador.
2 - A consideração "clemente" na nova Lei que um trabalhador independente com um rendimento anual de menos de 18 vezes o salário mínimo (= rendimento mensal de menos de 1,5 x o salário mínimo) possa pedir a aplicação de uma contribuição mais baixa não ajuda muito o "pobre", é na minha opinião uma "clemência" falsa a roçar a perversidade.
Um pequeno exemplo: a minha actividade (profissional liberal na música) tem uma alta dependência sazonal. No Inverno passado ganhei 600 euros por mês (com recibo verde sem retenção na fonte), ou seja pouco mais do que 1,5 x o salário mínimo (1,5 x 374,70 = 562,05 euros), retenção 20% = 120 euros, contribuição Segurança Social 142,76 euros, ou seja um rendimento "verdadeiro" que passa a ser menos de 340 euros, insuficiente para pagar uma renda de casa em Lisboa..... E o "trabalho de formiga" do Verão não dá para compensar isto! Mais caricato ainda: para continuar a pagar a contribuição em vigor até agora (de 95,17 euros por mês) eu deveria doravante "auferir" o sálario mínimo de 374,70 euros (sem retenção!).
Obrigado pela sua atenção."
No Verão de 2005 (sempre em época de férias, claro, para tentar evitar grande contestação) o Governo aumentou por Lei a contribuição para a Segurança Social dos trabalhadores independentes: a contribuição mínima passou a ser 25,4 % de 1,5 x ordenado mínimo em vez de 25,4 % de 1 x ordenado mínimo, ou seja: um aumento de 50% de uma vez!
A Lei entrou em vigor em Outubro de 2005, desde então eu recuso-me a pagar este aumento de 50%, pago trimensalmente dois meses de contribuição o que corresponde ao valor da contribuição antiga. O cálculo é simples: entre Outubro 2005 e Junho 2007 passaram 21 meses, segundo a nova Lei eu devia ter pago 21 x 25,4% x 1,5 x ordenado mínimo, mas paguei 21 x 25,4% x 1 x ordenado mínimo. Segundo a Lei antiga estou com as contribuições em dia, segundo a nova Lei tenho uma dívida de 7 meses de contribuição, 1000 e tal euros, mais juros.
Aqui em extenso o meu primeiro sinal de protesto, dirigido à Sra. Margarida Monteiro da Segurança Social (também enviada em cópia aos partidos políticos), no início de Setembro 2005:
"Exma. Senhora,
Tomei conhecimento do Decreto Lei 119/2005, como foi publicado no Diário da República do dia 22 de Julho 2005.
A mudança do regime de contribuição é uma decisão política, percebo que o seu Serviço não é a instância indicada para discutir esta decisão. No entanto, não posso deixar de comentar esta nova Lei, uma vez que, na minha opinião, o diálogo com o legislador só se efectua de quatro em quatro anos durante as eleições parlamentares (razão pela qual a minha confiança na "democracia" parlamentar é minimal).
1 - Quando o anterior Ministro das Finanças Campos e Cunha apresentou em Bruxelas as medidas, tomadas pelo Estado Português para reduzir o défice orçamental, ele mencionou como uma delas: o cruzamento de dados entre Finanças e Segurança Social para combater fraudes.
O antigo presidente do Banco Europeu Wim Duisenberg reagiu com espanto: na maioria dos paises civilizados isto já está a ser feito há muito tempo, praticamente desde a introdução do computador nos Serviços! Porquê este cruzamento de dados não foi efectuado em Portugal há muito mais tempo? Há aqui conivência dos próprios Governos com a evasão fiscal!
Fico com a nítida sensação que agora vou pagar mais 50% de contribuição porque durante muitos anos os sucessivos Governos protegeram o mau e não-pagador.
2 - A consideração "clemente" na nova Lei que um trabalhador independente com um rendimento anual de menos de 18 vezes o salário mínimo (= rendimento mensal de menos de 1,5 x o salário mínimo) possa pedir a aplicação de uma contribuição mais baixa não ajuda muito o "pobre", é na minha opinião uma "clemência" falsa a roçar a perversidade.
Um pequeno exemplo: a minha actividade (profissional liberal na música) tem uma alta dependência sazonal. No Inverno passado ganhei 600 euros por mês (com recibo verde sem retenção na fonte), ou seja pouco mais do que 1,5 x o salário mínimo (1,5 x 374,70 = 562,05 euros), retenção 20% = 120 euros, contribuição Segurança Social 142,76 euros, ou seja um rendimento "verdadeiro" que passa a ser menos de 340 euros, insuficiente para pagar uma renda de casa em Lisboa..... E o "trabalho de formiga" do Verão não dá para compensar isto! Mais caricato ainda: para continuar a pagar a contribuição em vigor até agora (de 95,17 euros por mês) eu deveria doravante "auferir" o sálario mínimo de 374,70 euros (sem retenção!).
Obrigado pela sua atenção."
04/06/2007
Varèse
"Quando a música era rara, a sua convocação era perturbante e a sua sedução vertiginosa.
Quando a convocação é incessante, a música torna-se repelente e é o silêncio quem chama e se torna solene."
03/06/2007
Antoni Tàpies
A ignorância dá-nos uma vantagem,
a possibilidade da descoberta.
Obrigado, Pedro Ludgero.
Sou mais rico, agora.
02/06/2007
01/06/2007
Dia Mundial da Criança
"O melhor que existe no mundo são as crianças"
(Fernando Pessoa)
Pena que a "Declaração dos Direitos da Criança" continue a ser uma utopia...
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