17/01/2007

Lilás de Jon Fosse no CCB

Na cave húmida de uma velha fábrica, um rapaz mostra a uma rapariga onde a sua banda ensaia. O namorado da rapariga aparece – o baterista – e cresce uma tensão no ar. Com quem é que ela está agora? Depois dela sair, aparece o resto da banda – o vocalista e o baixista – e descobrimos que o rapaz quer deixar a banda, embora tivesse sido o seu entusiasmo inicial a juntá-los.
Esta é uma peça sobre os adolescentes, os seus locais de encontro, os amores desfeitos, as suspeitas, a vontade de partir, de ir embora, de cortar as amarras, a necessidade do grupo, a vontade de ficar, a solidão daqueles que, entre os 14 e os 17 anos, não sabem ainda como viver, presos aos dias que se seguem. A que só a música, ás vezes, parece dar voz.A adolescência não é um momento de sorrisos e açúcar, o tempo nunca mais passa.E Jon Fosse trata de igual para igual os seus espectadores, espantados por existirem, por não saberem o que fazer da vida.
Um espectáculo para ser visto por adolescentes, sozinhos, em grupos, com os pais, com os amigos. É da vida deles que aqui se trata, da nossa vida cinzenta.
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LILÁS de Jon Fosse Tradução Pedro Porto Fernandes. Dramaturgia Jorge Silva Melo e Miguel Castro Caldas Com António Simão, João Miguel Rodrigues, Paulo Pinto, Pedro Carraca, Sylvie Rocha Direcção Musical Rui Rebelo Cenografia e figurinos Rita Lopes Alves Luz Pedro Domingos Encenação João Miguel Rodrigues

no pequeno auditório do CCB só até 22 de Janeiro

1 comentário:

Anónimo disse...

Muito Bom. Adorei o espectáculo e parabéns pelo blog, pela sua originalidade e sentido de humor