Revista OBSCENA
31/01/2007
OBSCENA - Nova Revista de Artes Performativas
Revista OBSCENA
29/01/2007
Terrorismo Musical

O gosto musical, como qualquer outro, depende do contexto e do universo cognitivo de cada indivíduo. Se algo padronizar, restringir e condicionar esse universo estará a cometer um atentado terrorista contra o principio da individualidade e da liberdade do Ser Humano.
É certo que existiram ao longo da História inúmeros energúmenos com poder que condicionaram estéticas, mas nenhum com o objectivo de manipular e padronizar o gosto de forma a controlar um mercado e a globalizá-lo.
Já não se trata de populismo mas sim de terrorismo estético, à escala mundial, com claras características “articidas”, que se têm revelado eficazes a verificar pelas preferências de consumo.
O Mercado hoje pega nas manifestações socias e artísticas e transforma-as num produto, numa marca ou numa moda . Começou a ser escandalosamente notório com o movimento Hippie e desde então tem-se requintado nas formas de deturpação e usurpação de qualquer ideia ou manifestação artístico-social. Em vez das máquinas de tortura da velha inquisição temos agora os electrodomésticos, o pronto a vestir, o fast food e o easy listening. É o “stop thinking” que, em vez de nos torturar o corpo, nos vai derretendo o cérebro e corrompendo o espirito.
Das manifestações artísticas restam apenas os símbolos. A contestação torna-se um produto. O alternativo também. O marginal também. Qualquer coisa.
Resta-nos o nada. Resta-nos o silêncio.
Ou será que um dia também nos vão vender o nada e o silêncio?
28/01/2007
25/01/2007
Música e Terrorismo

Terá alguma coisa a ver com a globalização da industria discográfica?
...e não se pode exterminá-lo?
24/01/2007
23/01/2007
22/01/2007
Anónimos

21/01/2007
20/01/2007
Dia de São Valentim - Ondomusic (publicidade)
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"Apesar dos estilos de música serem diferentes, os CDs tem um padrão de ritmos em comum", explica Victor Chang, director de "Ondo Creation".
Duas Panteras Cor de Rosa


18/01/2007
Anacrusicos Anónimos

17/01/2007
Kumpania Algazarra

- 27 Janeiro - Galeria Zé dos Bois, Lisboa
Medeia no Chapitô
Lilás de Jon Fosse no CCB

Esta é uma peça sobre os adolescentes, os seus locais de encontro, os amores desfeitos, as suspeitas, a vontade de partir, de ir embora, de cortar as amarras, a necessidade do grupo, a vontade de ficar, a solidão daqueles que, entre os 14 e os 17 anos, não sabem ainda como viver, presos aos dias que se seguem. A que só a música, ás vezes, parece dar voz.A adolescência não é um momento de sorrisos e açúcar, o tempo nunca mais passa.E Jon Fosse trata de igual para igual os seus espectadores, espantados por existirem, por não saberem o que fazer da vida.
Um espectáculo para ser visto por adolescentes, sozinhos, em grupos, com os pais, com os amigos. É da vida deles que aqui se trata, da nossa vida cinzenta.
LILÁS de Jon Fosse Tradução Pedro Porto Fernandes. Dramaturgia Jorge Silva Melo e Miguel Castro Caldas Com António Simão, João Miguel Rodrigues, Paulo Pinto, Pedro Carraca, Sylvie Rocha Direcção Musical Rui Rebelo Cenografia e figurinos Rita Lopes Alves Luz Pedro Domingos Encenação João Miguel Rodrigues
no pequeno auditório do CCB só até 22 de Janeiro
Circolando

Tiago Gomes, poeta da noite

15/01/2007
Iniciação à Reprodução Musical

Tenho muitas dúvidas relativamente aos temas musicais aqui abordados.
Se há gravidez musical e consequentemente aborto musical, tem forçosamente que existir a menstruação musical. O que é tal coisa? Tem alguma influência nas doenças musicalmente transmissíveis?
O que fecunda o quê para engravidar quem musicalmente?
Como é que se põe a sementinha musical na cabeça do músico?
Solicito a intervenção dos nossos especialistas para esclarecerem estas dúvidas.
14/01/2007
Gravidez musical não desejada


Os numerosos comentários suscitados pelos posts anteriores do nosso estimado colega Dr. Rui põem em evidência a necessidade de abrir uma Urgência no "Consultório Musical" para casos de gravidez musical não desejada.
12/01/2007
Corleone's Waltz - O Papa Sorriso

No verão passado vi em DVD as três partes da obra monumental de Francis Ford Coppola "The Godfather" ("O Padrinho") com música de Nino Rota e Carmine Coppola (pai do realizador).
Em "The Godfather III " (1990) um dos temas principais da banda sonora é a "Corleone's Waltz". Nesta última parte da trilogia é abordada a polémica em relação à morte do Papa João Paulo I em 1978, nunca completamente esclarecida.
O "Papa Sorriso" era a favor de uma Igreja dos Pobres, repudiava dogmas, ostentação, luxo e formalidades, condenava e queria acabar com as duvidosas ligações financeiras do Vaticano. Ele também desejava uma revisão das posições tradicionais da Igreja Católica sobre temas como aborto e contracepção, entrando em choque frontal com a ordem estabelecida na Igreja com os seus tentáculos para vários sectores da sociedade.
A brevidade do seu pontificado (33 dias) suscita especulações até aos dias de hoje: será que ele foi vítima de uma conspiração? A problemática voltou à actualidade com a publicação do livro "O Último Papa" da autoria do escritor/jornalista Luís Miguel Rocha (ed. Saída de Emergência), um romance/policial a confirmar a tese do assassinato. Lançado em várias línguas no dia do aniversário da morte do Papa João Paulo I, o livro tornou-se rapidamente um best-seller.
Entrei em contacto com o escritor e o editor através do site http://www.ultimopapa.com/ e propus-lhes a ideia (que foi aceite) de interpretar a "Corleone's Waltz", tocado por um trio de acordeão, clarinete e contrabaixo, durante a apresentação do livro nas Ruinas do Convento do Carmo em Lisboa no dia 29 de Setembro do ano passado. Foi uma noite memorável.
"Corleone's Waltz" a ouvir em:
http://www.forzadagro.org/Archivio/Musica/Nino%20Rota%20-%20Theme%20from%20The%20Godfather.mp3 (versão no filme)
http://www.forzadagro.org/Archivio/Musica/Ennio%20Morricone%20and%20Nino%20Rota%20%20-%20The%20Godfather%20Waltz.mp3 (versão de orquestra)
11/01/2007
Contraceptivos musicais e doenças musicalmente transmissíveis

Pela lógica será algo que se toma e que impede a fecundação de qualquer tipo de ideia musical, podendo adquirir também a vertente de “pílula do dia seguinte”, matando a ideia musical gerada na véspera.
Mas existem também meios de contracepção unicamente com o intuito de prevenção de doenças musicalmente transmissíveis, que são os chamados preservativos musicais. Estes poderão tomar a forma de tampões de silicone, prevenindo assim a escuta apurada de musicas nocivas para a saúde ou de níveis de decibéis inaceitáveis, mas também a forma de musicacida (segundo a etimologia é o que mata as musas ou o que lhes diz respeito) matando os efeitos nocivos de uma música ouvida ou criada.
E o que são as doenças musicalmente transmissíveis ?
Pela mesma lógicas são enfermidades que se contraem através de contacto musical.
Poderão existir na forma de vírus musical; um agente sonoro infeccioso inerente a certas doenças musicalmente contagiosas, sem metabolismo independente e com capacidade de reprodução apenas no interior das células hospedeiras musicalmente vivas.
Mas também existirão na forma de bactéria musical que consiste num microrganismo unicelular sonoro sem harmónicos, que vive no mundo binário, nos computadores, nas discotecas, mas também na radio e na televisão, sendo responsável pela decomposição de substâncias musicalmente orgânicas e pela propagação de doenças musicais.
Esta problemática levanta-nos várias questões:
Sofrerão os surdos de infertilidade musical ? e serão eles imunes a doenças musicalmente transmissíveis?
Será que ouvindo música muito má (também denominada de aborto musical) estamos a impossibilitar a ideia musical criativa, ficando assim apenas com a capacidade de gerar abortos musicais?
Quais as vias de contágio do gosto musical?
Será que a escuta de vírus e bactérias musicais, em doses reduzidas, nos faz criar anticorpos?
Como fazer vacinas musicais? E homeopatia musical?
O que é o viagra musical?
Complexo!
Eu conheço uma imunidade às doenças musicalmente transmissíveis: Fazer e ouvir música de qualidade (passo a falta de humildade)
E conheço também um tipo de contraceptivo musical do tipo que impossibilita a fecundação da ideia musical que é estar para aqui a perder tempo com posts em blogues em vez de ir trabalhar.
08/01/2007
O Aborto Musical

Existe outra questão que é a da interrupção voluntária da ideia musical. Se, por exemplo, alguém me interromper o pensamento musical e me transferir a atenção para outro pensamento, fazendo-me esquecer da música, isso será uma interrupção involuntária do pensamento musical à qual já não poderemos chamar de aborto. Mas se for eu próprio a distrair-me e a interromper o pensamento musical poderemos nós classificar o voluntariado dessa acção de interrupção? Penso que não.
Outra questão pertinente é se será o embrião musical considerado música?
Ora imaginem que o João Sebastião Ribeirinho quando estava a ter uma ideia musical que consistia num começo de arpejos (género dó-mi-sol-dó-mi-sol-dó-mi, repetindo e depois indo para o segundo grau e fazer o mesmo em ré menor) e de repente o seu estômago rosnava de fome e ele corria para a cozinha e esquecia-se da ideia musical que estava a ter. Não se poderia chamar a esses dois compassos o preludio nº 1, mas o facto é que se ele não se tivesse esquecido da ideia, provavelmente a teria completado. Felizmente não teve fome nesse momento .
Ora aqui coloca-se o problema que nos faz questionar a partir de quando uma ideia musical ganha a forma de música. Aos oito compassos? Aos doze? Bastante complexa e profunda esta questão somada a outra que é se uma melodia, ritmo ou harmonia quando isolados são considerados música?
Durante toda a história da música houve sempre abortos musicais. Terão sido eles todos involuntários?
E um plágio? Poderá ser o plágio considerado aborto? Um plágio é uma espécie de barriga de aluguer, logo se houver interrupção voluntária do plágio é considerado aborto. Neste caso obviamente sem punição moral.
Há também a questão dos gémeos (não génios) musicais. O João e o António têm a mesma ideia musical em simultâneo. De quem é a música? Visto não existirem testes ADN de autoria musical será impossível classificar e resolver esta situação.
Como podem ver esta questão do aborto musical é muito complexa e levanta muitas questões. Questões essas que me estão a deixar com uma ligeira dor de cabeça, causa que me encaminhará directamente ao consultório musical (post 31-12-06) para solicitar aos Drs. Contratempos e Partituras uma prescrição musical rápida e eficaz.
"Valse" do "Lago dos Cisnes", Opus 20, de P. I. Tchaikovsky

Nem toda a gente terá provavelmente a paciência de dactilografar todas as letras e cifras da última prescrição do Dr. Contratempos no "Consultório Musical", por isso vou facilitar a vida às Vossas Excelências e proporcionar a oportunidade de tomar este medicamento fortíssimo (e por isso não aconselhável a pessoas muito sensiveis) com UM simples clique:
http://bonamusica.blogspot.com/2005/07/o-lago-dos-cisnes-de-tchaikovsky.html
Também é uma possível resposta à pergunta no título do post anterior...
Que tema abordar no próximo post?
Pede-se a todos os visitantes que participem, anónimos ou não.
07/01/2007
Projecto Tao II

O jovem demonstrou grande perícia técnica quando acertou num distante alvo com a primeira flecha lançada, e ainda foi capaz de dividi-la em dois com o seu segundo tiro.
"Sim!", exclamou para o velho arqueiro, "Veja se pode fazer isso!"
Imperturbável, o mestre não preparou o seu arco, em vez disso fez sinal para que o jovem arqueiro o seguisse para a montanha . Curioso sobre o que o velho iria fazer, o campeão seguiu-o para o alto até alcançarem um profundo abismo atravessado por uma frágil e pouco firme tábua de madeira. Calmamente caminhando sobre a insegura e certamente perigosa ponte, o velho mestre escolheu uma árvore longínqua como alvo, esticou o arco, e acertou num claro e directo tiro.
"Agora é a tua vez," disse ele enquanto suavemente voltava para solo seguro.
Olhando com terror para dentro do abismo negro e aparentemente sem fim, o jovem não conseguiu caminhar pela prancha, muito menos acertar um alvo de lá.
"Tens muita perícia com o teu arco," disse o mestre, percebendo a dificuldade do jovem, "mas tens pouco equilíbrio com a mente que nos deve deixar relaxados para nos concentrarmos no alvo."
Quem tem ética passa fome

Claro, porque não? Toda a gente feliz: espectáculo na TV com as audiências a subir, moribundo em paz com a despedida dourada do Endemol, já para não falar dos herdeiros!
06/01/2007
Já cheguei...
Uma característica de um Palhaço é a sua irreverência e neste aspecto espero não desiludir, caros leitores!
04/01/2007
Esta é só para os que sabem ler música.

03/01/2007
Projecto Tao
Chuang Tse (sec. IV a.C.)
Quando um arqueiro faz tiro ao alvo,
sem nenhum objectivo,
emprega toda a sua perícia.
Mas se o objectivo é ganhar um prémio qualquer,
nem que seja uma taça sem valor,
fica nervoso.
E se o prémio é de ouro,
então fica meio cego ou vê dois alvos:
Fica fora de si !
A sua perícia não mudou.
Mas o prémio divide-o. Preocupa-se.
Pensa mais em ganhar do que em atirar.
E a necessidade de ganhar
impede-o de usar toda a sua perícia.