31/07/2007

Vélorution!


(Estou em maus lençois....
Convidei a minha família na Holanda a acompanhar a minha digressão musical de Verão através deste blogue, mas aconteceu o impensável....
A minha irmã, católica devota (até organiza peregrinações marianas), viu o post "El Jueves" (27 de Julho), assinado pelo irmão supostamente bem-comportado, com aquela caricatura irreverente dos Príncipes das Astúrias. Ela não percebe português, mas neste caso também não faz muita diferença: profundamente chocada, ela mandou-me imediatamente uma severa mensagem de reprovação.
E agora, o que vou fazer? Uma tentativa desesperada de lavar a imagem!? Aiaiai...)
Há 15 dias o Presidente da Câmara de Paris, Bertrand Delanoë, lançou o programa " Velib' ", a democratização do uso da bicicleta.
Mediante pagamento de uma assinatura de 29 euros por ano (ou 1 euro por dia, ou 5 euros por semana) o cidadão tem o direito de usar gratuitamente uma bicicleta ("vélo" em francês). Vai haver 1400 pontos de aluguer, um em cada 300 metros e o objectivo é haver 20.000 bicicletas a circular até Janeiro de 2008. Paris já dispõe de uma rede de ciclovias de 370 quilómetros, por isso o programa pode dar uma contribuição importante ao combate à poluição na capital francesa.

10 comentários:

rui rebelo disse...

não sei se consegues lavar a tua imagem assim.

Acho que só mesmo uma imagem da nossa senhora de fátima pode apagar o efeito negativo que a outra imagem terá provocado na tua irmã católica.

hehe, devias ter-te lembrado disso antes de convidares a família a visitar o blogue.

Ainda para mais mostráste ser o mais ousado dos três bloguistas.

boa sorte

avelaneiraflorida disse...

No minimo vais ser condendo a penas perpétuas...no inferno!!!!


Quanto à ideia de "bicicletar" por aí...seria optimo!!!!

Mas, cá no nosso cantinho, arranjav-se logo uma maneira de decretar um novo imposto, uma nova forma de circular,um selo para colar no selim, sei lá...

Anónimo disse...

Gij zal moeten boeten, hier of ergens in het naleven, dat verzeker ik U!

MT disse...

A verdade é que a corrida às "vélo" é grande em terras parisienses, a iniciativa tem bastante aderência e é muito comum ver circular as bicicletas cinzentas novinhas em folha. A iniciativa parece-me muito bem, a circulação é feita na faixa do bus quando não existem circuitos próprios. Por cá essa iniciativa já existe há muito tempo, na cidade de Aveiro, com as Bugas. A diferença é que as Bugas têm um horário de funcionamento das 8:00 às 20:00 e em Paris não existe horário.

beijinhos

Rini Luyks disse...

Caro Rui R.,

Fazer um post de expiação baseada numa imagem da N. S. de Fátima não é mal pensado... Já várias vezes tive o prazer de acompanhar a família numa visita obrigatória ao Santuário, só no ano passado consegui (pela primeira vez) desviar a atenção para o Presépio em terracota de Machado de Castro na Basílica de Estrela (mãe entusiasmada, irmã amuada)...
Mas agora lembro-me do post "Mentiras" de J. Rentes de Carvalho (blog "Tempo Contado", 23 de Julho, link aqui ao lado): ...a porção de intimidade que se desvenda num diário não deve ultrapassar a que se revela numa conversa entre amigos. Fazer estendal do privado parece-me sinal de fraco gosto e duvidosas maneiras....bom número de pessoas prefere não chafurdar na lama alheia."
Deixe-me por isso rematar o assunto: sou a ovelha negra da família, não há nada a fazer, mas como reza o ditado: "Amor de mãe (e de irmã também, espero) é perene, inabalável, tudo suporta, tudo supera".

Caro Avelaneiraflorida,

Mesmo assim temos em Portugal o belo exemplo das Bugas em Aveiro!

Caro Rui M.,

Dois "neologismos" na sua frase em holandês: (tradução: "Devereis expiar, aqui ou algures no Além, isto garanto-Vos eu!", certo?):
1. Gij ZAL moeten boeten...
"zal moeten" é a tradução de "deverás" e raramente se vê em combinação com "Gij" (= "Vós"), mas mais com "Jij" (= "tu").
Mais bíblico soa: "Gij ZULT moeten boeten..." como em "Gij zult niet stelen, gij zult niet doden, gij zult niet de vrouw van uw naaste begeren", etc. ("Não roubareis, não matareis, não cobiçareis a mulher do próximo");
2. "NALEVEN" (em português "vida depois") em vez do holandês corrente "hiernamaals" (literalmente: "o que há depois disto") é interessante, pois cria mais expectativas....

Anónimo disse...

De facto, eu deveria saber correctamente estas expressões. É o que faz não ter tido uma educação religiosa e estar há muito tempo sem praticar o neerlandês. Nogmaals, bedankt!

Ai meu Deus disse...

Ai... valha-me Deus! faz-nos cá (muita) falta o melhor português de todos os tempos, o de santa comba, acolitado pelo sr cardeal das cerejas. Se eles por cá andassem, não haveria indecências destas. Ai... Jesus! (e é tudo a contribuir para o pecado... Digam lá o que é que vocês querem com esses velos, a não ser ganhar energias para depois as descarregar daquele modo que a referida figura ilustra?)

Louvado seja Deus!

Rini Luyks disse...

Caro ai meu deus,

Das duas uma: ou Você é um Superhomem ou nunca andou de bicicleta "a sério".
Na Holanda eu andava muito de bicicleta (em Lisboa não posso, não há ciclovias, seria morte por atropelamento garantida). Posso assegurar-lhe que depois de pedalar umas horitas, curvado sobre o guiador, na chuva e com forte contravento (situação típica holandesa, que saudades!) a primeira coisa que Você faz, à chegada a casa, não é "descarregar energias daquele modo que a referida figura ilustra"...
Mas que ao logo prazo faz bem à condição física, faz sim senhor!

Ai meu Deus disse...

Pois é, rini, pois é. Faz bem à condição física, faz. E p'ra que é que Você quer a condição física? deixe-me cá adivinhar... para aqueles propósitos que a figura apresenta.

Aliás, Você redime-se do pecado, mas redime-se mal -- com uma pietà pouco fervorosa (religiosamente falando, claro). Quer redimir-se mesmo? até a sua irmã há-de gostar da imagem que encontra aqui:

http://aijesus.blogspot.com/2006/05/ftima.html

Que Deus o abençoe (de bicicleta ou sem ela).

Rini Luyks disse...

Caro Ai meu Deus,

Parabéns! O seu discurso faz-me lembrar vivamente o guião do actor que fez de António Oliveira Salazar na peça "Férias Grandes com Salazar" (coprodução Teatro Nacional D.Maria II, Teatro das Beiras, Junta de Extremadura, 2007), na qual tive a honra de participar como músico.
E suponho que foi essa a sua intenção...