21/07/2007

Ibéria

Nos últimos tempos tenho trabalhado mais em Espanha do que em Portugal e isso tem-me feito sentir que só nos separam duas fronteiras: a da identidade cultural e a da economia. A primeira é inevitável mas a segunda é evitável.
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Ao ler a entrevista do José Saramago só posso dizer que se deveria reflectir sobre este assunto pois está já a acontecer uma Espanha a engolir economicamente Portugal quando se pode caminhar para uma não utópica e bem pensada Comunidade Ibérica.

9 comentários:

Margarida Silvestre disse...

Também tu!?!?!?

Estamos a precisar de uma nova padeira de aljubarrota para sacudir os fundilhos ós "filipes"

Rui Rebelo disse...

também eu?!?!?

Já não há filipes... agora infelizmente chamam-se euros...

cumprimentos e obrigado pelo comentário

CCF disse...

Também não compreendo porque ficaram todos tão chocados com o que disse o Saramago, mas que ele se deve ter rido desse choque, ai deve...:)Não será possível construir identidades com outras fronteiras? Não sei se ainda precisamos destas.
~CC~

Helena Velho disse...

Rui

Quantas vezes não pensamos e dizemos " mais valia sermos espanhóis"? , "basta chegar aqui ao lado , a Espanha e é todo um outro Mundo"?...eu já o disse diversas vezes quando regresso aos meandros universitários portugueses.Mas, digo por tristeza de não conseguirmos, ou melhor não termos ainda conseguido, a grande revolução, a revolução das mentalidades, aquela que acabe com o fado do coitadinho...
E, sinceramente, pelo que tenho visto, os Profetas já não existem deste o tempo de Abraão...agora só nos restam mesmo os "falsos pretensos profetas".
Mas defendo com "unhas e dentes" uma união Ibérica, com direitos e deveres equilibrados.Quem sabe não se inicia aqui um novo ciclo?

Anónimo disse...

Eu, francamente, preferia a dupla nacionalidade..., é sempre bom termos um pé de um lado e outro de outro..., não é esse afinal o maior factor de sucesso?
Vejam os comentadores mais conhecidos, filiados num partido e dizer mal dele! sso é que está a dar...
Abraço

un dress disse...

mudanças.sim.

que portugal não é um país que tenha conseguido cres.cer feliz...portugal...nós!!

valerá a pena rever.mo.nos.
sem dúvida!



*

Rui Rebelo disse...

obrigado pelos comentários,

parece que todos temos uma opinião sobre o assunto e que devemos olhar para o que já está a acontecer e tentar perceber como é que deveria ser feito esta inevitável aproximação. Se não queremos que sejam só uma meia dúzia a dar o rabinho e a encher os bolsos e o resto fica nú e a chuchar no dedo...

MCA disse...

Quanto a união económica, temos a União Europeia e já sobra. Não precisamos de nenhum jogo de matrioscas com comunidades dentro de comunidades dentro de comunidades... até à diluição final numa qualquer sinistra União Mundial. Quanto a união cultural, somos demasiado diferentes e ainda bem. Sempre que vou a Espanha sinto isso. Como somos diferentes. União Ibérica, nunca! B.I. de cidadã espanhola, nunca! Espanhol como língua oficial, nunca! Ensino em espanhol nas escolas, nunca! Ter de usar o espanhol (como funcionária pública, isso sucederia inevitavelmente) como língua oficial de comunicação escrita, nunca! Obedecer às leis de Madrid, nunca! Já é suficientemente ter de obedecer a leis de Bruxelas (vd. empréstimo pago nas bibliotecas). Paciência mas, enquanto houver um português que não quer ser espanhol, ninguém tem o direito de nos impôr isso. Nem mesmo outros "portugueses", nem mesmo portugueses "famosos".

Rui Rebelo disse...

Cara mca,

Não se trata de nos tornarmos espanhois. O problema é que a Espanha já está a invadir Portugal e se essa invasão for consciente da nossa parte podemos beneficiar dela. De outra forma vamos apenas ser "comidos".

Claro que tornarmo-nos espanhois nunca vai acontecer mas sermos dependentes deles pode acontecer se não olharmos para os acontecimentos com clareza e sem medos.