23/09/2007

Pedro Alpiarça



soube apenas há umas horas atrás.

ainda não tenho palavras.

16 comentários:

Rini Luyks disse...

Caro Rui,

Chego agora à casa depois de um dia cheio com três actuações da Kumpania Algazarra (Rádio Clube Portugal, Câmara de Almada e um casamento na Estufa Real de Ajuda). Por isso o choque é grande, ainda não sabia da horrível notícia que trazes.
Se calhar este não é o momento certo para falar sobre política, mas depois de consultar uns sites da comunicação social tenho de chegar à conclusão que este fim tão trágico tem a ver com a burocracia do sistema da saúde, mas também e sobretudo com o vergonhoso sistema social para trabalhadores intermitentes, ainda há pouco um assunto neste blogue (post 18 de Setembro).
Por coincidência, na próxima segunda feira tenho marcado uma acção "Hora da Música" da Fundação do Gil para as crianças com problemas cardíacos no Hospital Santa Marta, onde o drama aconteceu.
A acção é importante para as crianças, mas ainda não sei se vou ter condições psicológicas, há limites...
Neste momento pode soar um bocado cru, mas acho que vou contactar a Plataforma dos Intermitentes para sugerir alguma acção: que pelo menos o Pedro não tenha morrido em vão.

Cristina Gomes da Silva disse...

Foi um post antecipatório, infelizmente. Mas eu como simples "consumidora" de arte, continuo a achar que é urgente a vossa mobilização. A morte de alguém, que eu nem sequer conheço, pelas razões que têm sido evocadas, não pode acontecer em vão. Trop c'est trop! Coragem, a possível.

Rini Luyks disse...

No blogue "Respirar o mesmo ar" (link nas "Harmonias" aqui ao lado) JPN escreveu um texto pessoal comovente e também de intervenção política que subscrevo inteiramente.

Helena Velho disse...

Rui

...as palavras estão "gastas" para se expressar uma perda destas!
Não conheço sentimento de maior ambiguidade do que alguém muito querido partir assim, "quase" de livre vontade.
Mas o Pedro Alpiarça precisa que o lembremos pela beleza que espalhou !

Um abraço para Ti.

xistosa, josé torres disse...

Partiu mesmo de livre vontade.
FOI UM LIBELO ACUSATÓRIO aos inquisidores que dominam este país.
Ponho-me à disposição para o que for necessário.
Não nos blogues.
Mas na vida quotidiana do PORTO.
A influência é capaz de ser diminuta com o R. Rio, mas ainda tenho alguns "barões" que nunca adorei, mas que posso mobilizar!!!

Anónimo disse...

O Pedro Alpiarça fez o que fez porque, certamente, não encontrou outra saida..
Acontece, que existem saidas por todo o lado. Havia Alterantiva, tantas alternativas..
falhou tudo para o Pedro..
dificil encarar a vida sem o Pedro entre nós..
a este sentimento angustiante de pena, de perda, acompanha o peso da responsabilidade arrasta o peso de entender que não pode ser esquecido que tudo falhou.. que falhamos.. que falhámos!
Merda!

un dress disse...

....e talvez não sejam

necessárias...

as palavras





abraÇo

Anónimo disse...

saltou de um 5º andar, depois de lhe terem recusado ajuda médica.

Precisou de ajuda médica porque em Portugal os artistas não têm quaisquer regalias sociais e passam muito tempo sem trabalho devido à intermitência da profissão.

Anónimo disse...

É algo que pode acontecer a qualquer um neste país que não valoriza os seus artístas e onde não se pode ser dignamente assistido pelo serviço nacional de saúde.

A (vossa) classe teatral não se deveria calar!

que a morte deste belo actor traga à discussão as condições dos artístas profissionais em Portugal.

que a sua memória descanse em paz.

Anónimo disse...

não há mesmo palavras para o que aconteceu

Anónimo disse...

Dói tanta coisa ao mesmo tempo, ao ler uma morte assim.
Dói a nossa inércia de não termos perguntado por quem foi desparecendo, para só falarmos desse alguém depois de um desaparecimento definitivo.
Dói o sabermos o desprezo - normalmente trocista,para vergonha de todos nós - com que a nossa própria classe recebe uma carta, um telefonema, um e-mail, uma visita (desplante dos desplantes!) de um actor desempregado - a pior das doenças, a pior das lepras, só aceite como tema de anedota para os dias seguintes.
Ainda era actriz-estudante quando ouvi a primeira dessas "anedotas" sobre a carta de um actor desempregado,cujo nome voltei a ouvir ao longo dos anos em várias companhias de teatro, sempre achincalhado pela sua "inconcebível ousadia de bater à porta de um teatro a perguntar se haveria trabalho para ele".
Receei sempre o dia em que pudesse ver-me nessa situação, até ao dia em que fui obrigada a fazer uma tentativa tímida junto de uma companhia de teatro. Fiquei-me por essa única. Dói demais.
Sei a dor exacta que leva alguém a despedir-se de tamanha dor.
Penso nessa miragem de paz todos os dias.
Todos temos alguma responsabilidade nesta morte.
Mas concordo que se pode erguer o Pedro como bandeira para exigir uma reviravolta política quanto aos trabalhadores intermitentes do espectáculo.
Porque todos nós devemos à memória dele - eterna - lutar para que outros (até os "mais bem preparados para os embates da vida", o que quer que isso queira dizer)possam ter um porto de abrigo quando tudo falha, mesmo nós, supostamente colegas.
Um beijo, Pedro. Desculpa.
Mas principalmente obrigada. Pelo actor maravilhoso e generoso que sempre foste e certamente uma belíssima pessoa, que nunca tive o privilégio de conhecer.

Uma colega.

Anónimo disse...

É triste. Ouvi hoje na televisão a falarem do facto da morte do Pedro ter aumentado as audiências dos batanetes.

Que mundo é este?

Anónimo disse...

è de facto um actor maravilhoso, mas sobretudo uma das pessoas mais bonitas e mais correctas que alguma vez conheci, de uma sensibilidade enorme... os aplausos incansáveis que recebeu na derradeira "presença em palco" serão sempre insuficientes para homenagear o actor, o Homem, o amigo.
Esta última presença foi apenas física, pois de outras formas continuará sempre entre nós.
Penitencio-me por não ter ligado sempre que dele me lembrei, por não ter assistido à sua última peça, por me deixar atropelar pela agitação dos problemas diários que naquele momento parecem mais urgentes...foi mais um ensinamento de humildade que, sem querer, me deixou.
Xistosa, não partiu de livre vontade, não creio que o tenha premeditado, foi o impulso que o levou.
Por último, no meio de toda a minha mágoa, lamento que muita comunicação social o trate como o "batanete"...o nosso querido Pedro Alpiarça era, é, e merece, muito mais que tal designação.

Anónimo disse...

grande perda.
grande mágoa.
grande lição que podemos todos retirar.

até sempre Pedro Alpiarça!

um colega

Anónimo disse...

pena que a sua morte apenas deixe dor e não mude nada...

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.