30/03/2010

Bevete più latte!

"Bevete più latte, il latte fa bene, il latte conviene, a tutte le età!"
Tema de Nino Rota para a banda sonora do episódio "Le Tentazioni del Dottor Antonio" de Federico Fellini no filme "Boccaccio '70" (1962).



Foi um dos sucessos garantidos nos concertos da "Bigodes Band"...

No início desta década propus a música (interpretada pela Bigodes Band, claro) à secção de marketing da empresa Parmalat Portugal (na altura o patrocinador oficial da equipa de futebol do SL Benfica) como ideia para um spot publicitário.
Não houve resposta e a empresa foi à falência em 2003...
Aqui em baixo um spot da Parmalat italiana (de 2009) que descobri agora.
Sempre aproveitaram o tema.
Peccato per noi!

29/03/2010

Troca, troca, troca

"Venha à Triumph e na compra dum soutien a partir de 22 euros, damos-lhe 5 euros pelo seu soutien."

Uma campanha publicitária que teria agradado ao cineasta João César Monteiro.
Ele daria certamente de bom grado 5 euros (ou mais) para ambas as partes dos biquínis das senhoras.
Uma alternativa interessante para toda a trabalheira no filme "A Comédia de Deus" (1995):
- encher uma banheira com não sei quantos litros de leite;
- convencer donzelas (como a Joaninha, filha do açougueiro) a tomar banho;
- transferir o leite pós-banho para galões;
- coar o leite (base para o famoso gelado "Paraíso") para filtrar os pêlos púbicos;
- embalar os pentelhos cuidadosamente em envelopinhos;
- arquivar os envelopinhos num álbum chamado de "Livro dos Pensamentos"....

Pulhas e trafulhas

Transcrevo o post de sexta-feira passada no blogue (recomendado) "Tempo contado" de José Rentes de Carvalho, escritor português que vive entre Amsterdam e Trás-os-Montes:

"Foi na passada terça-feira, continua a doer. São sete da manhã e, hábito antigo, oiço as notícias da NOS, a estação oficial da rádio holandesa. Não há desastres de maior nem muito para informar, o programa termina com as previsões da meteorologia e a situação nas estradas.
Distraído, deixo o aparelho ligado, não atento na lengalenga da publicidade, acordo ao ouvir o nome de Portugal. Três economistas e dois políticos discutem a crise económica que afecta a Grécia e o nosso país, e eu, à medida que os oiço, vou encolhendo, vou-me envergonhando, cresce em mim a dor e a raiva da impotência. É a análise detalhada e fria do nosso atraso, da nossa fraqueza e desleixo, da incrível corrupção, da incompetência, da mendicidade que nos rebaixa.
Durante uma longa hora oiço o que preferia não ter ouvido, porque uma coisa é o conhecimento do que somos, bem outra é ouvir de estranhos e sem rodeios a verdade que nos dói.

Num dos meus cadernos de notas guardo um recorte da primeira página do Le Monde de 24 de Outubro de 1967, um pequeno quadro com o título Il suffirait d'une bombe, Seigneur! No texto o jornalista refere que no dia seguinte, na cerimónia da coroação do Xá da Pérsia, à qual assistiria um bom número de ditadores, tiranos e tiranetes, uma única bomba sobre o palácio imperial seria bastante para livrar dessa cáfila os países sofredores.
Assim é que desde terça-feira ando com uma ideia e faço uma prece. A maioria dos pulhas, trafulhas e traficantes que saqueia Portugal, vive em Lisboa.
Bastará um terramoto, Senhor!
Pagarão também os justos pelos pecadores, mas para um sem-número a morte será um alívio. Para os pobres, os esfomeados, os desempregados, os que sabem que vão perder o emprego, os idosos sem amparo, os que vivem no terror das contas e dos fins de mês, a pobreza envergonhada, tantos mais.
Um terramoto, Senhor!"
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Sexta-feira 26 de Março 2010, 19:07

"Caro JRC,
Um terramoto, está bem, mas em Lisboa não, por favor!
Eu preferia convidar todos os pulhas, trafulhas e tentáculos do Polvo português para um megajantar de três dias numa luxuosa estância algures no Minho/Alto-Douro com meninas ilegais a discrição, a pedido do movimento das Mães de Bragança (dirigentes e árbitros do futebol também são convidados) .
Convite irrecusável então e depois preces ardentes ao Senhor (das mesmas Mães de Bragança) por um terramoto cirúrgico de magnitude 10 nesse sítio e nessa altura, "there and then".
Para a natureza lá não faz diferença e Lisboa continua bonita e agora sem pulhas.

Abraço,
Rini Luyks, Lisboa (onde houve um sismo de magnitude considerável há poucos meses, não acordei)"
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Sexta-feira 26 de Março 2010, 19:26

"Caro Rini,
Não vai haver terramoto. O Senhor mandou agora mesmo dizer que não vai haver terramoto, porque já gastou a verba para Portugal.

Abraço.
JRC"

O problema dos "pulhas e trafulhas" fica assim por resolver, mas sinto-me honrado em conhecer alguém que tem um canal aberto para o Além...

27/03/2010

Judi Dench in "The Cherry Orchard" ("O Ginjal" ) de Anton Tchékov

Aqui a autora da Mensagem do Dia Mundial do Teatro, Dame Judi Dench a representar o papel da belíssima jovem Anya na peça "O Ginjal" de Anton Tchékov...em 1962!

Também vemos o lendário John Gielgud no papel de Gáev, o irmão da proprietária do ginjal, Lyubov Ranévskaia (resumo e personagens da peça em http://en.wikipedia.org/wiki/The_Cherry_Orchard ).

Mas tarde, em 1980, Judi Dench voltou ao "Ginjal" no papel de Ranévskaia, versão integral(!) no Youtube a partir de http://www.youtube.com/watch?v=bzg5o-Gu3Ps

Mensagem do Dia Mundial do Teatro 2010

O Dia Mundial do Teatro é para nós a oportunidade de celebrar o Teatro em todas as suas formas. O teatro é uma fonte de entretenimento e de inspiração e tem a capacidade de unificar as muitas culturas e povos diferentes que existem em todo o mundo. Mas o teatro é mais do que isso, oferece-nos também a oportunidade de educar e informar.

O teatro realiza-se em todo o mundo, e não apenas nos seus tradicionais palcos e cenários: os espetáculos podem acontecer numa pequena aldeia da África, no sopé de uma montanha na Arménia, numa pequena ilha do Pacífico. Ele só tem necessidade de um espaço e de um público. O teatro possui esse dom de nos fazer rir, de nos fazer chorar, mas ele deve, também, fazer-nos refletir e reagir.

O teatro é fruto de um trabalho de equipe. São os actores que vemos, mas existe um conjunto incrível de pessoas que não vemos, todas elas tão importantes quanto os actores e cujas diferentes e específicas competências permitem a realização do espetáculo. A eles se deve uma parte de todo o triunfo ou sucesso alcançado.

O dia 27 de março é sempre a data oficial do Dia Mundial do Teatro. Mas cada dia deveria poder ser considerado, de diversas maneiras, como um dia do teatro, pois cabe-nos a responsabilidade de perpetuar esta tradição de entreter, educar e esclarecer o nosso público, sem o qual não poderíamos existir.

22/03/2010

Hoje Akira Kurosawa faz 100 anos

Akira Kurosawa faz 100 anos, porque está mais do que vivo...
Em 1990 ele realizou o filme "Yume", baseado em sonhos verdadeiros em momentos diferentes da sua vida.
Especialmente para um conterrâneo de Vincent van Gogh (eu não conhecia o filme) é emocionante ver o fragmento "Corvos", um sonho sobre o pintor (interpretado por Martin Scorcese!) .
Um estudante vem atrás dele, preocupado (primeiro vídeo 6:20): "Are you allright? You appear to be injured". Resposta de Vincent (apontando): "This? Yesterday I was trying to complete a self-portrait.... I just couldn't get the ear right, so I.... cut it off, threw it away!... The sun! It compels me to paint, I can't stand here wasting my time talking to you!"

Info: http://pt.wikipedia.org/wiki/Sonhos



21/03/2010

Festival "Monstra 2010" - filmes premiados

Afinal o Domingo terminou em grande com a exibição duma selecção de filmes premiados no Festival de Animação "Monstra 2010" no Cinema São Jorge.
Alguns já estão no Youtube, gostei muito dos dois filmes seguintes.



"French Roast" de Fabrice O. Joubert, prémio RTP 2 Onda Curta





"Log jam" de Alexey Alexeev, prémio melhor série TV
Este pequeno filme (no Youtube há mais uma mão cheia deles) deve maravilhar colega Fernando Mota.

Aparte: olá Fernando, por "duplo engano" não vi na quinta-feira passada o espectáculo "Sonografias" (música improvisada de Fernando Mota e Paulo Curado para desenhos em tempo real de António Jorge Gonçalves), pois no Facebook diziam que era na quinta-feira, mas no folheto do programa que era na sexta-feira, mas afinal foi na quinta-feira!?... estive no S.Jorge na quinta-feira depois da estreia de "O que faz falta" no Villaret, vi o folheto do programa (bilheteira fechada, as meninas das vendas não sabiam de nada) e fui-me embora às 23h30...
Infelizmente houve mais confusões na grelha da programação do festival deste ano.

Humor canadense


Hoje é Domingo, dia de descanso; para não ficarmos deprimidos por causa do post anterior, aqui mais um "naughtly laugh", proveniente do blogue do caro colega Kevin Spraggett, Grande Mestre de Xadrez.
Sem tradução, como de costume...

A teacher asks her class,
'If there are 5 birds sitting on a fence and you shoot one of them, how many will be left?'
She calls on little Ralphy...
He replies, 'None, they will all fly away with the first gunshot.'
The teacher replies, 'The correct answer is 4, but I like your thinking...'

Then little Ralphy says, 'I have a question for YOU. There are 3 women sitting on a bench having ice cream. One is delicately licking the sides of the triple scoop of ice cream. The second is gobbling down the top and sucking the cone. The third is biting off the top of the ice cream. Which one is married?'
The teacher, blushing a great deal, replied, 'Well, I suppose the one that's gobbled down the top and sucked the cone.'
To which little Ralphy replied, 'The correct answer is 'the one with the wedding ring on,' but I like your thinking.'

Talvez dediquemos esta piada marota aos irmãos Ratzinger!?

Vergonha e remorso... e lágrimas de crocodilo


Aqui em baixo um excerto da "Carta Pastoral" que Bento XVI dirigiu ontem ao povo irlandês.
Reacção da parte da representante oficial das vítimas, que manifestou logo o seu desapontamento:
“Não há nada na carta a sugerir que existe uma nova visão na liderança da Igreja Católica”.

« Às vítimas de abuso e às suas famílias


Sofrestes tremendamente e por isto sinto profundo desgosto. Sei que nada pode cancelar o mal que suportastes. Foi traída a vossa confiança e violada a vossa dignidade. Muitos de vós experimentastes que, quando éreis suficientemente corajosos para falar de quanto tinha acontecido, ninguém vos ouvia. Quantos de vós sofrestes abusos nos colégios deveis ter compreendido que não havia modo de evitar os vossos sofrimentos. É comprensível que vos seja difícil perdoar ou reconciliar-vos com a Igreja. Em seu nome expresso abertamente a vergonha e o remorso que todos sentimos. Ao mesmo tempo peço-vos que não percais a esperança. É na comunhão da Igreja que encontramos a pessoa de Jesus Cristo, ele mesmo vítima de injustiça e de pecado. Como vós, ele ainda tem as feridas do seu injusto padecer. Ele compreende a profundeza dos vossos padecimentos e o persistir do seu efeito nas vossas vidas e nos relacionamentos com os outros, incluídas as vossas relações com a Igreja. Sei que alguns de vós têm dificuldade até de entrar numa igreja depois do que aconteceu. Contudo, as mesmas feridas de Cristo, transformadas pelos seus sofrimentos redentores, são os instrumentos graças aos quais o poder do mal é infrangido e nós renascemos para a vida e para a esperança. Creio firmemente no poder restabelecedor do seu amor sacrifical – também nas situações mais obscuras e sem esperança».

O conteúdo da carta pode ser resumido em poucas palavras: "Lamento muito, não fomos Nós".
Com respeito (pouco neste caso): acho que o ex-cardeal, agora Papa Joseph Ratzinger não prestava antes e não presta agora (e segundo as últimas notícias o seu irmão mais velho bispo Georg também não...).
A sugestão do Papa às vítimas de abusos sexuais pelos clérigos católicos (palavras que não se encontram na carta, obviamente) para ir procurar consolação nos "sofrimentos de Jesus Cristo" é duma perversidade abominável, fenómeno patente na velha tradição do Vaticano, aliás.
Perversidade bem explícita na colecção de imagens "Igreja cúmplice" no Youtube seguinte:



(agradecimentos ao site http://www.portalateu.com/ )

20/03/2010

Sweeney Todd: as empadas de Mrs. Lovett

Vai uma empadinha de padre? (muita gordura) Ou poeta? Ou político (no pão e com guardanapo, pois tem muito óleo) Ou actor? Ou...?

(Esta noite na RTP 1)

19/03/2010

Mais um "Cálice" e depois calo-me.

E lá estreou ontem "O Que Faz Falta". Pouco mais de um mês de ensaios e um grande contratempo a 10 dias da estreia.
A protagonista, Filipa Duarte, ainda vai dar muito que falar como actriz, um daqueles talentos que surgem raramente.


"Cálice" - Chico Buarque/Milton Nascimento (1978)

Ainda no rescaldo da estreia ontem de "O que faz falta" no Teatro Villaret: a minha música preferida foi "Cálice", composição de Chico Buarque e Gilberto Gil, do álbum "Chico Buarque" de 1978.
Ouvi esta música pela primeira vez no Outono de 1985, a sair dum pequeno rádio transistor numa mansarda em Antuérpia, onde vivi durante um ano como músico de rua, belos tempos!
Foi pouco antes da minha primeira viagem (de três meses) a Portugal, pois eu já estava a fazer um curso português para principiantes. A música tocou-me logo profundamente e tentei perceber a letra, sem sucesso: eu tinha pouco "vocabulário" e ainda por cima o sotaque...
Aliás, só agora aprendi que este sotaque tem um papel importante na letra: "cálice" pode muito bem ser interpretado como "cale-se"! Na altura o Brasil ainda vivia numa ditadura e percebi que a canção foi mesmo um protesto (pouco) velado contra o regime, acentuado pela pausa entre: "Pai, afasta de mim este cálice/cale-se (3x!)......de vinho tinto de sangue". Genial!



Pai, afasta de mim este cálice
Pai, afasta de mim este cálice
Pai, afasta de mim este cálice
De vinho tinto de sangue

Como beber dessa bebida amarga?
Tragar a dor engolir a labuta?
Mesma calada a boca resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa?
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira tanta força bruta

Pai, afasta de mim este cálice
Pai, afasta de mim este cálice
Pai, afasta de mim este cálice
De vinho tinto de sangue

Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa

Pai, afasta de mim este cálice
Pai, afasta de mim este cálice
Pai, afasta de mim este cálice
De vinho tinto de sangue

De muito gorda a porca já não anda
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil, pai, abrir a porta
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade
Mesmo calado o peito resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade

Pai, afasta de mim este cálice
Pai, afasta de mim este cálice
Pai, afasta de mim este cálice
De vinho tinto de sangue

Talvez o mundo não seja pequeno
Nem seja a vida um fato consumado
Quero inventar o meu próprio pecado
Quero morrer do meu próprio veneno
Quero perder de vez tua cabeça
Minha cabeça perder teu juízo
Quero cheirar fumaça de óleo disel
Me embriagar até que alguém me esqueça

O que faz falta...

Uma estreia em cheio, hoje à noite, do espectáculo musical "O que faz falta" no Teatro Villaret!
Agradecimentos bem merecidos e flores para todos os intervenientes....menos o director musical!?
Seria uma injustiça.
Parabéns, Rui!

18/03/2010

"Amphitryon" - Reinhold Schünzel (1935)

Num curto cíclo "À volta de Kleist" a Cinemateca Portuguesa exibe no mês de Março alguns filmes, inspirados em peças de teatro de Heinrich von Kleist (1777-1811).
Na próxima sexta-feira às 19h30: "Amphitryon" de Reinhold Schünzel - "história de guerras, ciúmes e sósias, visto por vários dramaturgos ao longo dos séculos: Plauto, Molière e Kleist. Um filme genial de um cineasta raro, mas conhecido pelos seus trabalhos como actor em filmes de Pabst ou Fritz Lang".
Com a participação do actor Paul Kemp (1899-1953), considerado o "Charlie Chaplin alemão".
Um pequeno fragmento do filme no vídeo a seguir (entre 4:20 e 5:20), que encontrei num blogue muito interessante sobre o cinema europeu: http://filmstarpostcards.blogspot.com/2009/11/paul-kemp.html

"Gainsbourg - Vie héroïque" de Joann Sfar



"Gainsbourg - Vie héroïque" é a estreia do autor de banda desenhada Joann Sfar como realizador de cinema, o filme já saiu em França, será que chega a Portugal!?
Nos papeis principais (fotos):
Eric Elmosnino - Serge Gainsbourg, Laetitia Casta - Brigitte Bardot, Lucy Gordon - Jane Birkin.
Info com vários fragmentos de vídeo: http://www.gainsbourg-lefilm.com/ .
No fim do filme não deve faltar "La Marseillaise" de Gainsbourg, versão "cool" em reggae.
Chantons avec lui!


Allons enfants de la patrie, le jour de gloire est arrivé
Contre nous de la tyrannie, l'étendard sanglant est levé
Aux armes et caetera....
Entendez-vous dans les campagnes mugir ces féroces soldats ?
Ils viennent jusque dans nos bras, égorger nos fils nos compagnes
Aux armes et caetera....
Amour sacré de la patrie, conduis, soutiens nos bras vengeurs
Liberté, liberté chérie, combats avec tes défenseurs
Aux armes et caetera....
Nous entrerons dans la carrière quand nos aînés n'y seront plus
Nous y trouverons leur poussière et la trace de leurs vertus
Aux armes et caetera....

15/03/2010

Saltarello - Dead can dance (1990)

Há 20 anos o grupo de Lisa Gerrard e Brendan Perry era um dos meus preferidos.

Esta versão duma música medieval italiana (no álbum "Aion") ficou-me no ouvido para sempre.

Omad Djalili - Napoleon, the "cat walk" model

13/03/2010

"O Que Faz Falta"

Estreia já a 18 de Março, no Teatro Villaret.
Inesperadamente, pediram 12.000 euros pelos direitos do Zeca Afonso (algo inédito em teatro), o que nos levou a ficar impossibilitados de utilizar as suas músicas e a 10 dias da estreia tivemos de alterar estruturalmente a parte musical da peça, usando apenas músicas do Chico Buarque. Felizmente o espectáculo ficou a lucrar com isso, ganhou um lado mais profundo e poético não perdendo o seu carácter político.

Mas para mim Zeca Afonso deveria ser "património cultural universal" e deveriam haver leis que estabelecessem limites para não acontecerem aberrações destas. Este pedido é completamente contraditório com a obra e a vontade de José Afonso.

Deixo aqui um texto de Pablo Neruda relativamente à autoria de uma obra sua.

Los versos del Capitán - Pablo Neruda

"Mucho se discutió el anonimato de este libro. Lo que yo discutía en mi interior mientras tanto, era si debía o no sacarlo de su origen íntimo: revelar su progenitura era desnudar la intimidad de su nacimiento. Y no me parecía que tal acción fuera leal a los arrebatos de amor y furia, al clima desconsolado y ardiente del destierro que le dio nacimiento.Por otra parte pienso que todos los libros debieran ser anónimos. Pero entre quitar a todos los míos mi nombre o entregarlo al más misterioso, cedí, por fin, aunque sin muchas ganas.¿Que por qué guardó su misterio por tanto tiempo? Por nada y por todo, por lo de aquí y lo de más allá, por alegrías impropias, por sufrimientos ajenos. Cuando Paolo Ricci, compañero luminoso, lo imprimió por primera vez en Nápoles en 1952 pensamos que aquellos escasos ejemplares que él cuidó y preparó con excelencia, desaparecerían sin dejar huellas en las arenas del sur.No ha sido así. Y la vida que reclamó su estallido secreto hoy me lo impone como presencia del inconmovible amor.Entrego, pues, este libro sin explicarlo más, como si fuera mío y no lo fuera: basta con que pudiera andar solo por el mundo y crecer por su cuenta. Ahora que lo reconozco espero que su sangre furiosa me reconocerá también."


Pablo NerudaIsla Negra, noviembre de 1963

11/03/2010

09/03/2010

Canti Italiani da Monteverdi a Pasolini


Na quinta-feira dia 11 de Março às 18h30 na Sala dos Espelhos do Palácio Foz (Restauradores): um concerto com Laura Polimeno (voz) e Stefano Cardi (guitarra), organizado pelo Instituto Italiano de Cultura, http://www.iiclisbona.esteri.it/IIC_Lisbona

Programma

“Villanelle”, danças e canções renascentistas

- Vorrìa crudel tornare - Giovanni Leonardo dell’Arpa (1520-1602)
- La Morte Di Marito (Roma, 1537) - Anonimo
- Calliope per chitarra sola - Vincenzo Galilei (1520 –1591)
- Tre Donne Belle - Gian Leonardo Primavera (Venezia, 1565)
- Canzone - (Vaghe bellezze e bionde trecce d’oro) per chitarra sola - Anonimo (XVI sec.)
- Il bianco fiore per chitarra sola - Cesare Negri (1535-1604)

Canções dos séculos XVII e XVIII

- Sì dolce è ’l tormento Canzonetta - Claudio Monteverdi (1567-1643)
- Amante felice - Giovanni Stefani (XVII sec.)
- Mi credeva d’esser sola; Sento che ‘l cuor me manca
Due canzoni da battello* (Venezia XVIII sec.) - Anonimo
- Tarantella per chitarra sola - Mauro Giuliani (1781-1829)

Erudito e popular no século XX

- ‘A vucchella (Arietta di Posillipo) Gabriele D’Annunzio (1863-1938) Francesco Paolo Tosti (1846-1916)
- Che cosa sono le nuvole Domenico Modugno (1928-1994) - Pier Paolo Pasolini (1922-1975)
- Mmiezz’ ‘o grano - Evemero Nardella (1846-1916)
- Frammento dal Mefistofele (Trascr. Francisco Tárrega) per chitarra sola
Arrigo Boito (1842-1918)
- Lu primu amuri - Tradizionale (Sicilia)
- Lo Guarracino - Tradizionale (Campania XVIII sec.)
- La viola - Tradizionale (Lazio)
- Tarantella - Tradizionale (Lucania)

Um programa invulgar, introduzido assim por Stefano Cardi:
“Através da força evocativa e da natural capacidade de “trazer histórias”, a guitarra, como os seus “antepassados”, foi sempre a companheira ideal da voz humana, criando com esta uma união perfeita para transmitir, através da música, as mais diversas culturas musicais e mitológicas. Desde os cantos de Orfeu, acompanhado pela sua lira, aos cantadores populares de todas as épocas, dos bobos da comédia da arte à magia amorosa das serenatas, das canções de contestação social ao grito rock. Um texto cantado e um instrumento dedilhado conseguem aproximar mundos tão diferentes entre eles, fazendo com que sejam ambos protagonistas. Resolvemos portanto não hesitar na escolha do programa, evidenciar as diferenças e os contrastes na sequência e nas aproximações das peças. Numa “villanella” de ‘500, assim como numa canção de Domenico Modugno, encontra-se o sentido evocativo de uma história traduzida em música que apaixona e envolve o ouvinte e lhe permite atravessar, de forma agradável, épocas e linguagens tão distantes no tempo”.

Não vou faltar, algumas canções do programa fazem me lembrar o tempo (início anos '90) em que estive no Coro da U.T.L. (Universidade Técnica de Lisboa) com o maestro Luis Pedro Faro, "a cantar com as tripas"!

08/03/2010

Humor irlandês


Mais um exemplo do humor anglo-saxónico, publicado no blogue do Grande Mestre de Xadrez Kevin Spraggett (ver o post de 23 de Fevereiro, http://anacruses.blogspot.com/2010/02/humor-escoces.html).
Ligeiramente mais explicito desta vez (os irlandeses são assim), mas na minha opinião ainda dentro dos parâmetros da decência.
No entanto e pelo seguro: mais uma vez a piada fica sem tradução...
Patrick O'Reilly hoisted his beer and said: "Here's to spending the rest of me life between the legs of me wife!" That won him the top prize at the pub for the best toast of the night!
He went home and told his wife Mary: "I won the prize for the best toast of the night."
She said: "Aye, did ye now. And what was your toast?"
Patrick said: "Here's to spending the rest of me life, sitting in church beside me wife."
"Oh, that is very nice indeed, Patrick!", Mary said.
The next day, Mary ran into one of Patrick's drinking buddies on the street corner. The man chuckled leeringly and said: "Patrick won the prize the other night at the pub with a toast about you, Mary".
She said: "Aye, he told me, and I was a bit surprised myself. You know, he's only been there twice in the last four years. Once he fell asleep, and the other time I had to pull him by the ears to make him come."

07/03/2010

Pee-wee's Big Adventure - Tim Burton (1985)

A primeira longa-metragem de Tim Burton, há 25 anos.

Aqui a cena do pequeno almoço.

06/03/2010

Diz que deu, diz que dá, diz que Deus dará...

Mas o que é que deu, o que é que dá e o que é que nos dará?

Vá de metro, Satanás!


Foi este o slogan proposto (e rejeitado, claro) por Alexandre O’Neill para o lançamento da rede de transportes urbanos subterrâneos de lisboa, o Metro. No dia 29 de Dezembro de 1959, o então presidente Américo Tomás, inaugurou uma rede que percorria onze estações.
(agradecimento ao blogue: http://kontrastes.org/ )

05/03/2010

Merci! - Christine Rabette (2003)

Também baptizada "Bodhisattva in metro" em vários sites, este filme é uma verdadeira terapia do riso.

Dá vontade de experimentar! Vamos ver: no metro de Lisboa, qual será a linha mais sorumbática!?

04/03/2010

Antonio Vivaldi (1678-1741) faz anos hoje...

.... e à procura duma obra menos conhecida dele (pelo menos para mim) encontrei várias versões duma aria "Armatae face et anguibus" do oratório "Juditha triunfans".
No Youtube até se fazem comparações como se tratasse dum Festival da Canção, um Festivale di Vivaldi.
Aqui as interpretações de três divas (mezzo)sopranos. Preferência?



Karina Gauvin, *1965 Montreal, (a partir de 1:23)




Cecilia Bartoli, * 1966, Roma




Teresa Berganza, * 1935, Madrid

"O Que Faz Falta" - No Teatro Villaret



(vídeo de ensaio)


Apelo

Estamos a desenvolver no Villaret um projecto que se chama "Ler o Mundo em Português". Como projecto independente ele só poderá sobreviver se contar com a cumplicidade de todos aqueles que sentem a importância estratégica do projecto cultural e artístico centrado no universo da língua portuguesa e capaz de fazer pontes entre os diferentes criadores que, por todo o mundo, pensam o mundo em português. A cumplicidade que lhe pedimos é que nos ajude a mobilizar os 10.000 espectadores que necessitamos para que o projecto seja autosuficiente. Os bilhetes comprados com antecedência, até ao dia 14 de Março, custam só 10 euros. E é tão fácil mobilizar pelo menos 5 dos seus amigos para vir ao teatro, e para vir ver um musical com a qualidade que nós esperamos que

tenha "O Que Faz Falta"

O Que Faz Falta

Um Hino à Liberdade no Teatro Villaret

Tal como aconteceu nos anos 60 e nos inícios dos anos 70, o Teatro Villaret do grande Raul Solnado que foi palco do Zip-Zip e da Visita da Cornélia e dos concertos que Vinicius Morais e Chico Buarque deram em Lisboa no final dos anos sessenta, volta a ser um espaço de referência, um espaço de liberdade.

"O Que Faz Falta", o primeiro espectáculo do projecto que nós propomos desenvolver no Teatro Villaret, é um musical com canções de Zeca Afonso e Chico Buarque, a partir da Fuenteovejuna de Lope de Vega, e terá um elenco de 11 actores e músicos portugueses e brasileiros. A estrear no próximo dia 18 de Março, com "O Que Faz Falta" queremos provocar uma reflexão em português sobre as múltiplas formas de se sair da crise e inventar um outro futuro, pois para nós o teatro só tem sentido se falar e questionar o seu tempo.

Com: Alex Duarte, Alexandre Ferreira, Camila Honda, Diogo Mesquita, Eduardo Jordão, Filipa Duarte, Gonçalo Santos, Marta Queirós, Nilson Muniz, Pedro Pernas, Sabri Lucas

Encenação: Claudio Hochman

Direcção Musical: Rui Rebelo

Cenografia/Figurinos: Ana Paula Rocha

Desenho Luz: João Almeida

Desenho Som: Pedro Costa

Contactos:

Bilheteira: 21 353 85 86

Geral: 21 353 81 80

Mail: box@teatrovillaret.com / margarida.vaz@teatrovillaret.com

A partir de 18 Março

(Quarta a Sábado - 21H30 / Domingo - 17H)

Alice in Wonderland (1903!)

No dia da estreia de "Alice in Wonderland", versão Tim Burton 2010 aqui a primeira versão de Percy Stow e Cecil Hepworth de 1903, ou seja apenas 8 anos depois dos primeiros films dos irmãos Lumière e 37 anos depois de Lewis Carroll ter escrito a história.

O filme foi recentemente restaurado pelo British Film Institute National Archive.

Micro Audio Waves - "Down by flow"

Efeitos do Facebook: reencontros (para já apenas virtuais) com uns velhos conhecidos dos anos '90.

Os Micro Audio Waves, na fase inicial com Flak (guitarra) e Carlos Morgado (instrumentos electrónicos), juntando-se mais tarde a voz de Cláudia Efe, movem-se desde 2000 no universo da música experimental.

Em 2008 juntaram-se ao coreógrafo Rui Horta e criaram o espectáculo multimedia "Zoetrope": "concerto encenado, híbrido entre a música, vídeo, movimento e poesia". Este espectáculo passa no programa "Palcos" da RTP2 na próxima sexta-feira 5 de Março, às 1:30 (madrugada de sábado).

No vídeo o tema: "Down by flow" do álbum "Odd size baggage" (2007).

http://www.myspace.com/microaudiowaves

03/03/2010

O animal doméstico de Felícia Cabrita


Então qual será o animal doméstico de Manuela Moura Guedes!?

02/03/2010

A Tragédia Grega


Como complemento às representações do espectáculo "Rei Édipo", uma adaptação da tragédia de Sófocles (agora em cena, recomendado), o Teatro Nacional D. Maria II promove dois encontros de formação "Abordagem à Tragédia Grega", dirigida aos profissionais das Artes Cénicas e ao público em geral.
(entrada livre)

Na semana passada gostei muito do ensaio aberto sobre a "Oresteia" de Ésquilo, dirigido por Jorge Silva Melo e com a participação de actores dos Artistas Unidos.
Ainda sou do tempo em que a introdução ao teatro grego era disciplina obrigatória, ensinada nos últimos anos do ensino secundário (na minha escola tive cinco anos de Latim e quatro de Grego clássico), só mais tarde compreendi que isso foi realmente um privilégio...
Após um esforço de memória (e uma espreitadela na Wikipédia) reapareceram lá as conhecidas cenas depois da guerra de Tróia com personagens como Agamemnon, Clitemnestra, Cassandra.

Hoje, na segunda parte da formação (TNDM II, sala Garrett, 19:00 h) o convidado José Pedro Serra vai dar uma introdução ao trágico: "Reler os Gregos".
Serra é autor da publicação "Pensar o trágico, categorias da tragédia grega" (Fundação Gulbenkian, 2006). A introdução do livro começa assim:
"Perguntar o que é a tragédia significa aceitar a tradição, querer ver o que os outros viram e integrar isso numa mais ampla e não ingénua visão; perguntar o que é a tragédia significa, pois, aceitar a história, interpelando-a. De acordo com o que em cada visão se vê, o homem, em cada época, se faz gesto e pensamento; esse contínuo e renovado erguer-se, a si e ao mundo, é obra de cultura e a cultura é obra humana, rasto humano na poeira pelo tempo levantada. Perguntar o que é a tragédia é, então, cultura sobre cultura debruçando-se, revisitação, demanda prolongada do rosto do homem e da realidade que habita. A demanda move-se pelo desejo, e o desejo de ver, de conhecer, é a afortunada maldição da nossa condição de seres mortais".

01/03/2010

Frédéric Chopin nasceu há 200 anos...


... e como prenda de anos a pianista russa Valentina Igoshina interpreta aqui uma das mais famosas peças dele: Étude em Mi maior, Opus 10, nº 3, conhecida como "Tristesse".
Com certeza o próprio Chopin teria gostado de convidar esta bela mulher para o seu aniversário, mais ainda depois de ouvir as palavras comoventes dela na introdução...
http://valentina-igoshina.com/

O Que Será?

Dedicado à Ministra da Cultura, a ver se ela sabe o que é...