Incentivado por um comentário ao post anterior do caro visitante Dervich fui à procura de imagens da equipa lisboeta que participou no Torneio de Xadrez Ceuta 2000. Aumentando consideravelmente a desarrumação (já muito considerável) na minha casinha encontrei duas:
- foto em cima: antes do almoço no restaurante "Al Andalus", Ceuta;
- foto em baixo: depois do almoço (respeitando os costumes locais) um membro da equipa retirou-se para uma pequena madrassa (escola religiosa), iniciando-se em hâfiz e tafsir (memorização e interpretação do Qur'an), enquanto os seus companheiros se entregaram a prazeres mais mundanos: foram ver um show de dança do ventre no Café "Alibabar" .....
Allah humma, al-maghfira! (Ó meu Deus, perdão!)
Como o caro Dervich (com fez vermelho na foto) se lembrou da música preferida nessa nossa viagem, aqui o link de um vídeo de "African Reggae" (Nina Hagen Band):
http://www.youtube.com/watch?v=h7fFb6GKbxY
http://www.youtube.com/watch?v=h7fFb6GKbxY
7 comentários:
Estavas lindo Rini.
estavas a ler o corão? em que língua?
...
Aquele Qur'an é uma pérola na minha biblioteca, Rui, comprei-o durante o Ramadão de 1999 na Mesquita de Lisboa. É uma edição bilingue árabe-inglês, o livro estava só em exposição, mas perante o meu fascínio o Dr. Yiossuf Mohamed Adamgy vendeu-mo por sete contos e meio, uma pechincha (acho eu)!
De facto, já há alguns anos tenho a ideia de começar a aprender Árabe, língua de uma cultura fascinante. Há 15 anos senti o mesmo em relação ao Russo e acabei por fazer um curso de três anos, muito enriquecedor.
Na Mesquita o Sheik David Munir dá um curso gratuito, ouvi dizer que ele começa a primeira aula com a frase: "O objectivo deste curso é a vossa conversão...". Sentido de humor, só por causa disto já ia fazer o curso!
Entretanto, estou à espera de uma reacção do colega Dervich, pois deturpei um bocadinho (muito) a história. Aquela experiência de "prazeres mundanos" existiu, mas foi num outro torneio de xadrez algum tempo depois em Lisboa e nessa altura eu não estava a ler o Qur'an (mas agora já estou a falar demais....)
Pois é Rini, os colegas de blog que perdoem o off-topic mas talvez assim possam também compreender que a experiência de jogar xadrez pode ser enriquecedora a multiplos níveis que não só o intelectual.
Também tenho essa foto que postaste, tudo passado numa época pré 11-09...
No dia anterior tinha sentido alguns dos meus problemas tradicionais contra uma Grunfeld, num jogo em que troquei um bispo desenvolvido em f4 por um cavalo em b8, para não ficar pior, mas fiquei mesmo!...Acabei por dever a vitória ao exibir, na resolução do meio-jogo, mais algum pragmatismo que o representante de Mellila.
Depois do repasto ilustrado na foto, fui tentando dificultar a minha digestão por um adversário de 2200, acabando numa asfixia lenta que acabou num erro que, se tivesse sido evitado, acabaria noutro erro qualquer mais tarde - foi uma segunda entrega de Ceuta aos espanhóis, Hallah acbaá.
Das cenas mais memoráveis que recordo é aquele diálogo dentro do velho Clio:
L.Reynolds - "Luyks, porque é q ñ fazes assim ou assado?"
R.Saraiva - "Rini, manda-o f...."
Dervich
Dervich, este blogue é da categoria "Arte e cultura geral", por isso acho que os colegas não só perdoem, mas até apreciam esta pequena incursão no fascinante mundo do xadrez. É verdade que exagerei um bocadinho "off-topic" no comentário ao post anterior do Rui, mas aqui já pode ser.
Numa pequena tertúlia a dois como esta, fazemos bem em tentar alterar um pouco a imagem do xadrezista como pessoa "farinhenta, chata, alienada do mundo real". Como o caro leitor pode reparar: nós, xadrezistas, também somos de carne e osso, nada que é humano nos é estranho!
Aliás, Dervich, não me lembro do contexto dessa "cena memorável" no velho Clio. Se for verdade, parece-me que o "team-captain" Rui não estava a cumprir inteiramente o seu papel (serenar os ânimos)!?
Assim, até eu retomava as minhas longínquas experiências de jogador de xadrez. Acho que haveria de ser bué da fixe participar num Torneio nessas condições. Altamente, com toda a segurança.
Ai meu Deus (que é como quem diz Ai Alá)!
São sempre experiências culturalmente enriquecedoras.
Para evitar mal-entendidos: comparar o fundo da foto em baixo com o fundo do "figurino amarrotado" (post 25 de Setembro)...
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