22/12/2008

Equador

Depois da criação de tanta expectativa (televisão, imprensa, outdoors) decidi ver o primeiro episódio da nova série "Equador", baseada no livro best-seller de Miguel Sousa Tavares.

Nas apresentações (como no vídeo aqui acima) abundam os superlativos: "série mais cara de sempre (5,7 milhões de euros), seis meses de gravações em quatro continentes, 120 actores e cinco mil figurantes". Um elenco recheado de nomes sonantes (alguns surpreendentes no "universo TVI", ver http://palcodafama.blogspot.com/2008/07/elenco-de-equador.html ), cenários deslumbrantes, uma guarda-roupa de luxo. Mesmo assim, fiquei com a impressão que a produção não passa de (mais uma) novela TVI (o trabalho de câmara, os diálogos).

Gostei mais de séries históricas da RTP como "O processo dos Távora", "Bocage" ou recentemente "O dia do Regicídio", produções com orçamentos muito mais baixos.

No vídeo acima Miguel Sousa Tavares não deixa de ser igual a si próprio ao exprimir a esperança que a série seja um sucesso ainda maior do que o livro, "como por exemplo a série BBC de "Guerra e Paz" que consegue quase ser melhor do que o livro."... Só que a TVI não é a BBC e a única semelhança entre as obras de MST e do grande Lev Nikolaievich Tolstoi deve ser o número de páginas escritas.

Para já lembro-me do último diálogo do episódio de ontem: "Sou estéril", diz o consul inglês David Jameson (Marco d'Almeida) à sua esposa Ann (Maria João Bastos). Isso promete...

13 comentários:

Anónimo disse...

espanta-me como ain da consegues assistir à dita "ficção nacional"...

mdsol disse...

O bocadinho que vi (avisada de que estava a dar através de um blog) não gostei nada! Mas vi mesmo só um bocadinho!
:)))

Rini Luyks disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rini Luyks disse...

Rui, a mim me espanta o que vai nas cabeças de todos os actores que alinham nisso. Acho que não pode ser só o ganha pão. Se for, a situação é dramática...
O título do meu primeiro post neste blogue: "Quem tem ética passa fome" (7-1-2007), será mesmo verdade!?
Depois de ver o vídeo da apresentação no Rossio e as banalidades lá proferidas, eu estava preparado para uma sessão de "lekkere ergernis" (masoquimo suave tipicamente holandês, "irritação agradável).
E foi mesmo.

Anónimo disse...

Rini,

"Irritação agradável" é um termo que me agrada.

Na dita ficção nacional existem mais não-actores do que actores e desses actores acredito que muitos já viveram na pele os proplemas da precaridade e agarram-se a quase todo o trabalho possivel.

Tinta Azul disse...

Hoje vim desejar um Natal muito bom.

[nem vi equador, nem trópicos, nem polos, só rabanadas e sobretudo sonhos.]

:)

Silvares disse...

Rini, o 1º episódio de Equador foi soporífero. Havia um camelo que passou aí umas 5 vezes em primeiro plano nas cenas filmadas na Índia. Sintomático. Era sempre o mesmo camelo...

Anónimo disse...

a anestesia cerebral do povo...

Anónimo disse...

Uma produção que gastou 5,7 milhões de euros podia ter arranjado um majestuoso elefante em vez de abusar de um pobre camelo...
Mário Soares andava de elefante na sua visita à Índia em 1992!

Silvares disse...

E montou uma tartaruga gigante já não sei onde. Vamos ficar com saudades deste velhos políticos sem tino nem desatino.

Rini Luyks disse...

Ahaha, pois é, vi agora na net que foi durante uma visita de Estado(!) à República das Seychelles em Novembro 1995 (ou seja: mesmo no fim do seu segundo mandato, mas que bem pensado, quem se lembra de fazer uma visita de Estado às Seychelles?): Soares em cima duma tartaruga gigante!

Por acaso tenho uma recordação especial do primeiro ano do seu primeiro mandato. Numa tarde em Agosto 1986 quando eu estava a tocar como músico de rua na Praça da República em Lagos, Mário Soares passou por lá em visita de férias e mandou alguém da comitiva dar-me uma nota de 100 escudos (ainda tenho a nota).
Pois na altura o slogan era: "Soares é fixe!". Até os comunistas votaram nele na segunda volta (contra Freitas do Amaral), "de olhos fechados e nariz tapado", como pediu Cunhal.

Anónimo disse...

para falar com franqueza não consigo ver diferenças significativas na qualidade da ficção da TVI. apenas se vê a diferença de dinheiro deitado fora

Anónimo disse...

TELERREIA