17/12/2008

Post enigma




4 comentários:

Anónimo disse...

Tango numa prisão?

Anónimo disse...

quase.. o Rui M. deve entender...talvez

Rui Mota disse...

Boa, boa...não conhecia as tuas tropelias anarquistas: "Libertango", trocadilho de tango da libertação, para um espectáculo contra aqueles que estão prisioneiros da industria do armamento...
Penso que é isto, certo?

RM

P.S. Também estive no Vredenburg em 1984 e, mais tarde, no Carré (1987 e 1989) para ver o mestre Astor. Da primeira vez com o seu quarteto, depois com a Milva e, finalmente com o Sex-teto e com a Orq. Típica de Osvaldo Pugliese. Grandes e inesquecíveis momentos musicais!

Rini Luyks disse...

Certo, Rui M., foi uma manif de objectores de consciência (como eu) que terminou no próprio Binnenhof (Parlamento) em Den Haag (Haia). A palavra "werkweigerproces" tem a ver com o facto de o serviço cívico na Holanda na altura ter uma duração de 18 meses e 20 dias, ou seja mais um terço que o serviço militar obrigatório (que era 14 meses). Uma grande injustiça, pois um objector de consciência já estava muito tempo numa lista de espera antes de poder começar o seu serviço cívico. Em plena guerra fria (a questão do estacionamento dos mísseis nucleares americanos Pershing e Tomahawk contra os russos SS-21 era muito actual) decidimos entrar em greve ("werkweigeren") e não cumprir os últimos 4 meses e 20 dias... Alguns dos primeiros grevistas passaram mesmo aqueles meses na prisão, mas a publicidade era um grande embaraço para o Governo e mais tarde o regime abrandou: eu fui um dos felizardos "ilibados por razões humanitárias" (o que não quer dizer "inocentes", claro...).
Ainda dirigi uma carta a Astor Piazzolla, pedindo autorização para tocar o Libertango na manif. Ele não respondeu, mas neste caso achámos que o "quem cala consente" era justificado...

No cartaz existe um trocadilho: "spektakel" é espectáculo, mas "spek" é toucinho de porco e "takel" é roldana ou pequena grua.
Éramos realmente terríveis nos anos '80!