Desde há muitos anos que tenho o hábito de tocar caixa multibanco. Mas só daquelas que são encaixadas nas paredes e que têm um revestimento metálico (não fiquem preocupados com a minha saúde mental). É impressionante a quantidade de sons diferentes que se consegue sacar de uma caixinha que parece só dar dinheiro. E eu gosto especialmente de acompanhar o som da máquina a imprimir o talão pois o ritmo é sempre incerto e faz-nos esquecer do valor do saldo.
Há uns dias estava eu a fazer 40€ de música multibanco quando um antigo colega me reconheceu e me chamou. Pensei que me tinha reconhecido pelo som e felicitei-o pelo bom ouvido e ele respondeu que de costas eu estou muito diferente por causa da minha careca.
Ora, não sei muito bem o que é que ele quis dizer mas corrigi-o e disse-lhe que eu não tinha careca mas que sofria mesmo de Alopécia Androgénica. Ele despediu-se com um ar muito comprometido, provavelmente a pensar que eu estava muito doente.
Há uns dias estava eu a fazer 40€ de música multibanco quando um antigo colega me reconheceu e me chamou. Pensei que me tinha reconhecido pelo som e felicitei-o pelo bom ouvido e ele respondeu que de costas eu estou muito diferente por causa da minha careca.
Ora, não sei muito bem o que é que ele quis dizer mas corrigi-o e disse-lhe que eu não tinha careca mas que sofria mesmo de Alopécia Androgénica. Ele despediu-se com um ar muito comprometido, provavelmente a pensar que eu estava muito doente.
6 comentários:
Reconheceu-o pelo reflexo da cara, na caixa multibanco?
Ou ele tem o olhar enviés e vê para além do saldo?
Olha, Rui, eu também não conhecia esse termo, para mim é simplesmente "calvicie" ou em holandês "kaalheid".
Há uns 25 anos (eu ainda tinha de fazer trinta) apareceu num jornal da minha terra uma foto de um coro de música de intervenção em perspectiva de "voo de pássaro" (voando baixo, claro). Eu fazia parte desse coro, de facto foi o meu primeiro projecto musical na Holanda. Na fotografia vislumbrou-se no topo, não, no cocuruto (outra palavra que não conhecia) da minha cabeça uma pequena clareira que eu julgava ser um reflexo do flash da máquina fotográfica...até o próximo ensaio do coro. Comentários zombeteiros de todos os lados: "Então, velhinho, já estás a perder o cabelo?" O choque foi grande, já me imaginava com uma careca dentro de poucos anos, coisa impensável. Não chegou a esse ponto, mas verdade é que nos anos oitenta começou um certo culto acerca do fenómeno "careca por opção". Lembro-me claramente que uma amiga de correspondência alemã me declarou sem rodeios a sua preferência para "Männer mit eine Glatze". Até ao dia de hoje ela não conseguiu convencer-me a rapar o cabelo todo... Na Holanda surgiu numa certa altura a moda dos "toupetjes" (acho que se diz "chinós" em português), para tapar essas "clareiras involuntárias". Um famoso par de cómicos, "Koot & Bie", levaram isto ao extremo: um pedaço de relvado a servir de chinó, fixado na cabeça com ajuda de "zo'n nietpistool", uma daquelas pistolas de agrafos. Só que a pele reagiu e os senhores ficaram não só com um pedaço de relvado na cabeça, mas também com as sobrancelhas sempre franzidas, tipo "verbaas hoof", astonished head, cabeça espantada. Bons tempos, os anos '80!
Aiai, o alemão...
"Mann mit einer Glatze" ou "Männer mit Glatze". Aí não há Acordo Ortográfico, onde cada um escreve o que lhe apetece...
belo sentido de humor
Essa da Alopécia Andrgénica também não conhecia. Eu também sofro disso. Já sinto a minha careca muito mais importante...
hahaha
Enviar um comentário