23/02/2007

Zeca Afonso


Nesta noite faz 20 anos que morreu José Afonso.
Não me sinto a pessoa indicada para falar sobre ele.
Quando Zeca morreu eu vivia só há um mês e meio em Lisboa numa pequena mansarda, tinha acabado de emigrar da Holanda para Portugal por razões ainda não muito claras.
No dia 23 de Fevereiro os jornais tinham na capa a fotografia deste homem com uma flor no punho, junto com a letra de "Grândola, vila morena".
Um impulso que não sei explicar fez-me apanhar o barco para o Barreiro e o comboio para Setúbal para participar no cortejo fúnebre. Sem exagero posso dizer que foi um dos acontecimentos mais impressionantes que vivi até agora.

2 comentários:

Anónimo disse...

Incrivel como estávamos os dois a escrever sobre o mesmo ao mesmo tempo...

poetaeusou . . . disse...

Olha o sol que vai nascendo
Anda ver o mar
Os meninos vão correndo
Ver o sol chegar
Menino sem condição
Irmão de todos os nus
Tira os olhos do chão
Vem ver a luz
Menino do mal trajar
Um novo dia lá vem
Só quem souber cantar
Vira também
Negro bairro negro
Bairro negro
Onde não há pão
Não há sossego
Menino pobre o teu lar
Queira ou não queira o papão
Há-de um dia cantar
Esta canção
até