22/11/2008

José Rodrigues dos Santos sobre a literatura


A foto aqui acima (e sobretudo o texto) data do tempo da administração anterior da RTP, quando o pivot entrou em conflito com Almerindo Marques.
Pelos vistos os ventos na RTP mudaram radicalmente: hoje de manhã no programa "Bom Dia Portugal fim-de-semana" o jornalista/escritor foi convidado para apresentar o seu novo livro "A Vida num Sopro".
Foram uns dez minutos de publicidade e autopromoção descarada.
A crítica de Lobo Antunes que "Rodrigues dos Santos escreve livros de centenas de páginas em pouco tempo, destinados também a uma leitura rápida", é considerada um elogio pelo próprio.
"Muitos portugueses estão cansados de livros em que começam a ler e ao fim da segunda página começam a ter sono...mas qual é a história...efectivamente os meus livros são livros em que uma pessoa não tem que estar duas horas na mesma página...para mim a literatura não tem que ser sofrimento, tem que ser prazer!" (dito nos últimos 3 minutos da entrevista).
Há uns anos abundavam no metro passageiros com os livros volumosos de Dan Brown debaixo do braço, agora foram substituidos pelas "obras" de Miguel Sousa Tavares e José Rodrigues dos Santos.
A imagem que me vem à cabeça é aquela duma antiga máquina com manivela de onde sai carne picada para almôndegas.
Em 2000 li como preparação para o espectáculo "O Sorriso aos pés da escada" (Companhia do Chapitô, texto de Henry Miller) o livro "O Riso" do filósofo Henri Bergson. É um livrinho pequeno com cento e poucas páginas, mas com uma informação tão densa que frequentemente demorei de facto mais de uma hora na mesma página. Mas que rica literatura!
Obra vivamente recomendada ao Sr. José Rodrigues dos Santos, boa leitura!

14 comentários:

Anónimo disse...

Realmente Rini,

Também hoje em dia as pessoas consomem e preparam cada vez mais comida pré-feita, enlatada ou congelada e cheia de porcaria e pouco alimento nutritivo. É mais fácil e rápido, mas só nos faz mal.
Ficamos cheios de porcaria dentro.
Será que consumir tanta merda nos está a trasformar na própria merda?

Anónimo disse...

Como dizem os alemães(!):
"Der Mensch ist was er isst!"
(O homem é o que come)

Helena Velho disse...

Ah! Rini que pena que a este fazedor de livrecos não roubem o computador ...

Anónimo disse...

Cara Maria Velho,

Pois, o roubo do computador foi um belo golpe de terrorismo (pseudo)literário no caso de "Pincel Sousa Tavares", mas receio que não funcione no caso de "José Rodrigues dos Prantos". O homem é tão espevitado que caga logo outro livreco!
Quanto a isso fazia um bom casamento com "Malmequer" Margarida Rebelo Pinto (ver comentários post Anacruses de 31 de Agosto 2008!).
Tirar os dois cromos do ecrã da televisão, isso é que era uma bela prenda de Natal!

Helena Velho disse...

vamos escrever ao dito pai natal?
eu pago os selos e despesas de expedição!
Ah! e em relação à MRP até as palavras se tornanm escassas para descrever a cagança da dita e da sua ...como se diz merda escrita em neerlandês?

Anónimo disse...

Cara Maria Velho,

Eis um terreno onde me sinto à vontade!
Os holandeses são um povo escatológicamente desenvolvido. Como expliquei no post Anacruses nº 100 (1 de Abril 2007) temos uns 25 nomes para indicar a casa de banho ou sanita.
A palavra "merda" também tem várias possiveis traduções conforme o contexto.
CIENTÍFICO: faeces, feces, fecaliën ou excrementen;
CIVILIZADO: uitscheiding, ontlasting;
POPULAR: kak, poep, keutels, mest (animais);
mesmo DEPRECIATIVO : schijt, stront (o mais forte).
Deve haver ainda mais variantes locais, mas isto já dá uma ideia.
Outra expressão adequada neste caso podia ser: "Daar veeg ik mijn kont aan af!" ("Com isso limpo o cu!")

Anónimo disse...

...escatologicamente... sem acento

Anónimo disse...

...ainda falta o termo neutro: "uitwerpselen" e o muito forte "drek" (mais tipo "esterco").

Rui Mota disse...

wonderbaar!

Anónimo disse...

...e "drol", curiosamente também epíteto carinhoso para bebés, lá mais na zona sul do país.
O diminutivo "drolletje" (como "caganito" em portugues) também é usado.

Helena Velho disse...

hum...escolho "Daar veeg ik mijn kont aan af!"
com uma ressalva: tem de ser em papel macio e facilmente solúvel, que a julgar pelo teor das conversetas muito drek do mr. Orelhas não acontecerá!

Língua fantástica, a sua! quantas declinações se podem usar?

Anónimo disse...

Cara Maria Velho,

A sua escolha parece-me acertada.
Mas será melhor praticar o acto só no sentido figurado, pois o papel rijo e a tinta da editora Gradiva não me parecem.... pronto...

Concordo que a lingua neerlandesa é fantástica, mas as declinações foram abolidas há bastante tempo (substituidas por combinações de preposições e artigos, como em muitas línguas), só o alemão mantem as declinações, gosto do alemão!
"Und weil der Mensch ein Mensch ist, drum braucht er zum Essen, bitte sehr!"

Helena Velho disse...

Ah! Rini du bist sehr schöne!

Anónimo disse...

é o chamado MacDonalds da leitura...