21/08/2008

As desculpas


"Se não formos capazes, peço desculpa, vou para casa, onde tenho umas pantufas confortáveis à minha espera", José Vicente Moura (foto, Presidente do Comité Olímpico de Portugal), Santo Tirso, Maio 2008.

"Lutei um pouco contra os árbitros. Saí com vontade de rir. Pensei que estava a lutar contra quatro pessoas", Telma Monteiro (judoca), Pequim, Agosto 2008.

"De manhã só é bom é na caminha", Marco Fortes (lançador do peso), Pequim, Agosto 2008.

"Não sou muito dada a este tipo de competições", Vânia Silva (lançadora do martelo), Pequim, Agosto 2008.

"Entrar neste estádio cheio bloqueou-me um pouco. Acabei a prova fresco, o que é estranho", Arnaldo Abrantes (atleta velocista 200m), Pequim, Agosto 2008.

"A alta competição não é brincadeira nenhuma. Acho que muitos atletas não têm bem a noção do que isto significa. Se calhar por termos facilidades a mais. Nunca na vida vinha para aqui para viajar e ver os Jogos", Vanessa Fernandes (medalha de prata no triathlon), Pequim, Agosto 2008.

Em troca de um subsídio de 14 milhões de euros o Comité Olímpico comprometeu-se a obter "cinco classificações no pódio" (baixou entretanto para quatro) e "12 classificações até ao 8º lugar".

Faltam 3 dias até a ceremónia de encerramento e o Presidente Vicente Moura já anuniou que não vai recanditar-se, criticando as "desculpas não correctas" de vários atletas.....

Pelos vistos os atletas, além de uma preparação física e técnica, também precisam de uma preparação psicológica para enfrentar o ambiente dos Jogos Olímpicos e do mundo selvagem da comunicação social, especialmente quando as coisas correm mal (mas também quando as coisas correm bem, como no caso da menina Vanessa....)
O mesmo vale para os dirigentes desportivos, menos para o Sr. Secretário da Juventude e do Desporto, que como animal político experimentado sai-se sempre airosamente do imbróglio, "chamando à razão" tanto atletas como dirigentes.....e mantendo-se no poder, claro.

3 comentários:

Rini Luyks disse...

Percebe-se que Vicente Moura, oficial reformado da Armada, ficou desgastado com a falta de resultados e de disciplina nas declarações dos atletas.
Encontrei-o no ano passado durante as celebrações do Dia Mundial do Xadrez e do 80º aniversário da Federação Portuguesa, ele foi convidado de honra, entregando diplomas aos Mestres Nacionais.
Já há muito tempo a Federação Mundial de Xadrez ambiciona o estatuto de Desporto Olímpico para a modalidade. Uma coisa é certa: o que se aprenda muito bem no xadrez é saber perder... e saber ganhar, precisamente as qualidades que fazem agora falta em Pequim!

Rui Mota disse...

O mal dos desportistas portugueses em provas internacionais é, normalmente, sempre o mesmo: muito "bruá" antes das provas e muitas desculpas após as derrotas...

Anónimo disse...

errata: ... o que se aprende muito bem no xadrez...