03/12/2007

Jorge de Sena - Génesis

Génesis

De mim não falo mais: não quero nada.
De Deus não falo: não tem outro abrigo.
Não falarei também do mundo antigo,
pois nasce e morre em cada madrugada.

Nem de existir, que é a vida atraiçoada,
para sentir o tempo andar comigo;
nem de viver, que é liberdade errada,
e foge todo o Amor quando o persigo.

Por mais justiça ... -Ai quantos que eram novos
em vâo a esperaram porque nunca a viram!
E a eternidade... Ó transfusâo dos povos!

Não há verdade: O mundo não a esconde.
Tudo se vê: só se não sabe aonde.
Mortais ou imortais,todos mentiram.


(Jorge de Sena)

8 comentários:

Anónimo disse...

Perante "actos" destes de pura criação fico sem palavras. Iluminados!

Anónimo disse...

mais palavras para quê?
Por vezes a blogosfera é um encher de chouriços completo e são posts assim que dizem tanto sem empastelar.
parabéns

CCF disse...

Um poema muito bom de um poeta muito bom!
~CC~

xistosa, josé torres disse...

Não hei-de morrer sem saber

qual a cor da liberdade.



Eu não posso senão ser

desta terra em que nasci.

Embora ao mundo pareça

e sempre a verdade vença,

qual será ser livre aqui,

não hei-de morrer sem saber.



Trocaram tudo em maldade,

é quase um crime viver.

Mas, embora escondam tudo

e me queiram cego e mudo,

não hei-de morrer sem saber

qual a cor da liberdade.


"Vida curta para tão grande valor."

xistosa, josé torres disse...

Não hei-de morrer sem saber

qual a cor da liberdade.



Eu não posso senão ser

desta terra em que nasci.

Embora ao mundo pareça

e sempre a verdade vença,

qual será ser livre aqui,

não hei-de morrer sem saber.



Trocaram tudo em maldade,

é quase um crime viver.

Mas, embora escondam tudo

e me queiram cego e mudo,

não hei-de morrer sem saber

qual a cor da liberdade.


"Vida curta para tão grande valor."

pin gente disse...

por vezes foi apenas omitir a verdade...

Pedro Ludgero disse...

__ o poeta de nenhuma ilusão __

un dress disse...

uma triste sucessão de mal entendidos...!?