Orfeu Rebelde
"Orfeu rebelde, canto como sou:
Canto como um possesso
Que na casca do tempo, a canivete,
Gravasse a fúria de cada momento;
Canto, a ver se o meu canto compromete
A eternidade do meu sofrimento.
Outros, felizes, sejam os rouxinois...
Eu ergo a voz assim, num desafio:
Que o céu e a terra, pedras conjugadas
Do moinho cruel que me tritura,
Saibam que há gritos como há nortadas,
Violências famintas de ternura.
Bicho instintivo que adivinha a morte
No corpo dum poeta que a recusa,
Canto como quem usa
Os versos em legítima defesa.
Canto, sem perguntar à Musa
Se o canto é de terror ou de beleza".
14/08/2007
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6 comentários:
Que bom... a evocação continua!!!!
E assim vamos tendo palavras bonitas todos os dias!!!!
Olá Rini!
Abraços solares de Odeceixe!
Olá Fernando!
Que tal um postzinho canicular!?
Senão o blogue vai descansar também, nas próximas semanas tenho uma dezena de hospitais (Fundação do Gil) e uma dezena de concertos (Algazarra) a fazer, em sítios com pouco acesso à Internet.
E como vês já impliquei com a própria família nos posts, esta vida no blogue é um perigo!
O milagre de ser transformado por um texto, por vários textos e por valores que graças ao médico podem ser de qualquer um.
É com um dos poemas que mais gosto de Torga que encerro esta visita, a partir do Mediterrãneo:
Deixem passar quem vai na sua estrada.
Deixem passar
Quem vai cheio de noite e de luar.
Deixem passar e não lhe digam nada
Deixem, que vai apenas
Beber água de Sonho a qualquer fonte;
Ou colher açucenas
A um jardim que ele lá sabe, ali defronte.
Vem da terra de todos, onde mora
E onde volta depois de amanhecer.
Deixem-no pois passar, agora
Que vai cheio de noite e solidão.
Que vai ser
Uma estrela no chão
Olá Rini,
Vejo que tomaste bem conta do Anacruses enquanto eu e o fernando gozávamos de férias.
Agora vou andar por cá uns tempos.
´Confesso que tive saudades do blogue
..E mais um marco: passou ou passeou ontem pelo blogue o visitante nº 25.000...
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