17/06/2008

A Lógica da Flexisegurança


Quem não trabuca, não manduca
Quem não alinha, definha


(ou seja: quem manduca, é porque trabuca
quem não definha, é porque alinha)

Descobri um blogue http://flexiseguranca.blogspot.com/ de Francisco dos Santos, um português que vive na Dinamarca, o país onde nasceu o conceito "flexisegurança".
Flexisegurança: "modelo de Estado-providência que promove uma política pro-activa no mercado laboral.
É uma combinação de duas características, por um lado a fácil contratação e despedimento por parte das empresas, por outro lado maiores benefícios para os desempregados como maiores períodos de subsídio, formação e apoio na procura de emprego" .
Foi pela primeira vez aplicado nos anos '90 na Dinamarca, onde o desemprego caiu de 12% para 4,4% em dez anos. Em Portugal discutem-se os impactos e as virtudes da possível introdução deste modelo. Existem duvidas que um aumento da eficiência das empresas e do consequente aumento da actividade empresarial possa não compensar a perda de empregos e degradação salarial. (Wikipédia).

Como podemos ler no blogue acima mencionado, o modelo agora já não funciona tão bem na Dinamarca.
Pergunta lógica então: como poderá funcionar em Portugal (não exactamente um exemplo de um "Estado-providência")? Muito "flexi", pouca segurança!?

3 comentários:

Anónimo disse...

eu dessas coisas flexi só conheço o Flexatone.

Ai meu Deus disse...

Os problemas mais graves da flexi (digo eu...) são estes (bem... são só alguns):

a) há quem trabuca muito e manduca pouco;

b) quem mais manduca é quem menos trabuca;

c) há quem não manduca porque não tem hipótese de trabucar (embora já tenha trabucado -- e às vezes, muito);

d) a maior parte de quem trabuca trabuca apenas para manducar (e às vezes, mal); por isso, quando se cumpre c), é o cabo dos trabalhos;

e) a flexi é boa para quem **tem** muitos a trabucar (para si) e a manducar pouco.

f) Viva Gounod, que ontem fez anos! ;-)

Rini Luyks disse...

Pois, caro Ai meu Deus, os provérbios moralistas não se aplicam aos ricos e privilegiados que fazem o que querem no seu "paraíso pre-mortem": não (ou pouco) trabucando, manducam (e bem) na mesma ...
Agora: "quem não alinha, definha" parece-me uma verdade mais universal de todos os tempos.
Aos pobres só lhes resta rezar ou cantar um "Avemaria" (pode ser de Gounod) e adiar as esperanças para um "paraíso post-mortem" (mas só se se portarem bem!).