Hoje às 21h30 exibição na Cinemateca deste segundo filme em língua inglesa de Michelangelo Antonioni (após o sucesso "Blow up" em 1966).
Na altura o filme foi um estrondoso fracasso de bilheteira. Hoje, quarenta anos depois, "Zabriskie Point" é considerado um testemunho da contracultura americana no fim dos anos sessenta. As cenas no deserto (sobretudo as imagens da "orgia poeirenta" no Death Valley - Califórnia, uma performance do grupo "The Open Theatre") e a banda sonora de música psicadélica fazem da obra um "cult movie".
Na Wikipédia podemos ler que depois das rodagens do filme os dois protagonistas Mark Frechette e Daria Halprin se juntaram à comuna de Mel Lyman ("Mel Lyman Family"), um músico e "cult leader" carismático que nos anos '60 fazia parte do "grupo LSD" de Timothy Leary. Daria saiu da comuna pouco tempo depois (casou-se em 1972 com Dennis Hopper), mas Mark doou todo o seu cachet do filme à "Family", em 1973 assaltou um banco com dois membros do grupo e foi condenado a quinze anos de prisão, onde morreu em 1975 sob circunstâncias suspeitas. Mais um caso em que a realidade ultrapassa a ficção...
3 comentários:
Um bom filme, algo incompreendido à época, que passou recentemente na televisão. Há pontos de contacto com a obra de Marcuse (Eros e a Civilização) e a sua crítica à sociedade de consumo.
A rever, agora com a distância necessária.
A música não é dos Pink Floyd?
Pink Floyd (cena final e mais uns temas), Jerry Garcia + Grateful Dead (love scene), Patti Page e mais alguns...
Infelizmente não consegui ir à Cinemateca mas há muita coisa no Youtube. Os Pink Floyd ainda muito novinhos (embora já com David Gilmore no lugar de Syd Barrett).
Vi um vídeo engraçado de David Gilmour a falar sobre Antonioni: ele rejeitou o tema "Us and Them" (incluido no álbum "Dark Side of the Moon") para "Zabriskie Point", pois o tema fez-lhe lembrar a igreja...
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