04/04/2011

Kamikazes de Fukushima


As notícias alarmantes sobre as centrais nucleares de Fukushima chegam em doses diárias: nuvens radioactivas lançadas à atmosfera, níveis de iodo radioactivo no mar milhares de vezes superiores ao normal, dois corpos encontrados numa central, tentativas falhadas de tapar uma fenda num reactor e hoje de manhã o anúncio da empresa Tepco que vai despejar 11.000 toneladas de água radioactiva no mar, como única solução para conseguir armazenar águas residuais ainda mais radioactivas...
A mim impressionou-me particularmente a notícia dos "Kamikazes de Fukushima", funcionários que continuam a tentar arrefecer os reactores danificados, expondo-se a elevadíssimas doses de radioactividade (http://pt.euronews.net/2011/03/17/kamikases-de-fukushima/ ).

Como sempre, só depois do desastre e as consequentes ondas de pânico na população os "decision-makers" mostram alguma abertura para discussão, também em Portugal.
Interessante foi na semana passada o programa "Sociedade Civil" sobre o tema: "Nuclear, não obrigado?" (a ver em: http://ww1.rtp.pt/programas-rtp/index.php?p_id=23283&c_id=1&dif=tv&idpod=53979 ).
Depois da introdução dos quatro convidados (a partir do minuto 10), a discussão ficou mais animada após uma afirmação pertinente de António Sá da Costa, representante da Associação das Energias Renováveis: "A central nuclear mais segura de todas é aquela que não se constrói" (minuto 37).
Aí os dois "lobos pró-nuclear" António Carlos de Sá Fonseca e Pedro Sampaio Nunes deixaram cair as suas "peles de cordeiro" e lançaram os seus argumentos demagógicos, com aquele sorriso de superioridade do cientista arrogante.
Instrutivo.

Instrutivo também a informação (que encontrei no blogue "Suco Suquinho Sucodinho") sobre o número de instalações nucleares existentes no mundo, a quantidade de energia que produzem, o número de novas instalações em construção, em plano ou simplesmente em hipótese.
Em http://www.world-nuclear.org/info/reactors.html .

Mais um assunto "Zeitgeist"!

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