A injustiça avança a passo firme.
Os tiranos fazem planos para dez mil anos.
O poder apregoa: as coisas continuarão a ser como são.
Nenhuma voz além da dos que mandam.
E em todos os mercados proclama a exploração: isto é apenas o meu começo.
Mas entre os oprimidos muitos há que agora dizem:
Aquilo que nós queremos nunca mais o alcançaremos.
Quem ainda está vivo diga: nunca.
O que é seguro não é seguro.
As coisas não continuarão a ser como são.
Depois de falarem os dominantes
Falarão os dominados.
Quem pois ousa dizer: nunca?
De quem depende que a opressão prossiga? De nós.
De quem depende que ela acabe? Também de nós.
O que é esmagado, que se levante!
O que está perdido, lute!
O que sabe ao que se chegou, que há aí que o retenha?
Porque os vencidos de hoje são os vencedores de amanhã.
E nunca será: ainda hoje.
Bertolt Brecht
e ainda do mesmo:
De acordo com tudo o que está em evolução?
Vós próprios continuais a evoluir?
Quem sois?
Para quem falais?
A quem aproveitam as vossas palavras?”
2 comentários:
Ter passado pela vida deste homem,
e ter acreditado que se pode sempre
tentar fazer um mundo melhor é uma
riqueza extraordinária.
O seu texto é uma bonita homenagem,
a quem partiu.
Belo texto de homenagem ao Mário Barradas de Rui Vieira Nery aqui:
http://www.teatro-da-rainha.com/V2/index.php?option=com_content&view=article&id=264:as-arvores-morrem-de-pe&catid=22:blog&Itemid=48
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