31/01/2007

OBSCENA - Nova Revista de Artes Performativas

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Saiu hoje o primeiro número da revista OBSCENA, um projecto editorial independente dedicado às artes performativas. Coordenada por uma equipa de críticos a revista terá periodicidade mensal estando apenas disponível para download em pdf no site www.revistaobscena.com.

Revista OBSCENA

Editores Associados: Jorge Louraço Figueira, Miguel-Pedro Quadrio e Mónica Guerreiro
Colaboradores: Bandeira, Rui Monteiro, José Luís Neves e Pedro Manuel
Design: Tiago Rodrigues

29/01/2007

Terrorismo Musical

A indústria discográfica foi a grande responsável pela universalização da música. Poderia ter sido um factor positivo se tivesse correspondido proporcionalmente às manifestações musicais geradas pelas mais variadas culturas durante o século XX. Porém, o resultado parece ter sido a crua globalização do mercado numa clara estratégia de uniformizar estéticas e gostos com o objectivo óbvio da criação de monopólios de mercado.

O gosto musical, como qualquer outro, depende do contexto e do universo cognitivo de cada indivíduo. Se algo padronizar, restringir e condicionar esse universo estará a cometer um atentado terrorista contra o principio da individualidade e da liberdade do Ser Humano.

É certo que existiram ao longo da História inúmeros energúmenos com poder que condicionaram estéticas, mas nenhum com o objectivo de manipular e padronizar o gosto de forma a controlar um mercado e a globalizá-lo.
Já não se trata de populismo mas sim de terrorismo estético, à escala mundial, com claras características “articidas”, que se têm revelado eficazes a verificar pelas preferências de consumo.

O Mercado hoje pega nas manifestações socias e artísticas e transforma-as num produto, numa marca ou numa moda . Começou a ser escandalosamente notório com o movimento Hippie e desde então tem-se requintado nas formas de deturpação e usurpação de qualquer ideia ou manifestação artístico-social. Em vez das máquinas de tortura da velha inquisição temos agora os electrodomésticos, o pronto a vestir, o fast food e o easy listening. É o “stop thinking” que, em vez de nos torturar o corpo, nos vai derretendo o cérebro e corrompendo o espirito.

Das manifestações artísticas restam apenas os símbolos. A contestação torna-se um produto. O alternativo também. O marginal também. Qualquer coisa.

Resta-nos o nada. Resta-nos o silêncio.

Ou será que um dia também nos vão vender o nada e o silêncio?

28/01/2007

Anti-Terrorismo


25/01/2007

Música e Terrorismo


O que é o Terrorismo Musical?


Terá alguma coisa a ver com a globalização da industria discográfica?

Será que se produz mais fast food do que fast music?

Qual o correspondente musical à Coca-cola? E ao McDonalds?

Sendo ocidental o terrorismo musical, como é que lhe declaramos guerra?

...e não se pode exterminá-lo?

24/01/2007

أن يتّصل

هذا بطاقة فقط ل أنّ هم يعرفون العربية.















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23/01/2007

22/01/2007

Anónimos


Uma notícia comovente, este cabeçalho no diário "Metro" de hoje.

Ó Queridíssimos Anónimos, vocês são falsamente modestos: nos comentários ao "Vosso Post" do dia 18 de Janeiro vocês não nos contaram ainda nada sobre as vossas experiências tão altruistas com os animais abandonados.

É tão bonito!

21/01/2007

Hang Drum



O Hang Drum anda a dar que falar. O instrumento acústico inventado no sec. XXI parece ter apenas 5000 exemplares pois os seus inventores decidiram deixar de o produzir. Porquê?
Dizem
que tem efeitos viciantes...

mais informações
aqui, aqui e aqui e, claro, no Google ...







20/01/2007

Dia de São Valentim - Ondomusic (publicidade)

Ainda faltam umas semanas até ao Dia dos Namorados, mas se calhar este ano você anda à procura de algo especial!?
Um diário holandês (of course, where else, sempre entre os primeiros na Europa com faro para este tipo de negócio... ) publicou um artigo sobre uma empresa em Hong Kong, chamada "Ondo Creation". Esta empresa pôs-se o objectivo de tornar o amor seguro mais romântico, juntando aos preservativos com sabor uma música a condizer. Os pacotes com os sabores normais (morango, menta, chocolate ou banana) vêm agora acompanhados de CDs (Zigzag Music Entertainment) com títulos como "Exotica", "Chocotastic" ou "Loveberry", música ambiente, não do tipo "murmurar da água num riacho", mas chill out, acid jazz ou até dance.
"Apesar dos estilos de música serem diferentes, os CDs tem um padrão de ritmos em comum", explica Victor Chang, director de "Ondo Creation".
"Cada CD começa num ritmo Lento, acelerando depois até ritmo médio (Allegretto/Vivace) e voltando ao Lento". Cada CD tem uma duração de 18 minutos. Muito tempo, julgam alguns críticos, pouco tempo, dizem outros. Sr.Chang: "Muito tempo ou pouco tempo, isto depende de cada um".
Este conceito ganhou uma medalha de bronze no "Industrial Design Excellence Awards", organizada pela revista "Business Week".

O produto não se encontra à venda em farmácias ou supermercados, mas em lojas "lifestyle" e também em livrarias, discotecas e lojas de conveniência, para já na Europa só nas cidades de Londres, Paris, Amesterdão e Estocolmo.


Duas Panteras Cor de Rosa




A relação é óbvia, entre "Anacruses" e a música "The Pink Panther" de Henry Mancini, mas foi o Sr. "Ai.Valhamedeus" do blogue "Ai Jesus!" (ver links) que me sugeriu a associação.


Um YouTubinho muito engraçado:


A "cooperação" entre a pantera e o pintor neste "The Pink Phink" fez-me lembrar a cooperação entre as companhias de gás e electricidade na cidade de Lisboa há uns anos atras: eram capazes de abrir e fechar os passeios da mesma rua várias vezes dentro de um mês para substituir tubos e cabos, isso de preferência numa época de chuva, claro. Agora parece-que ganharam algum juízo, pelo menos as facturas (altíssimas) já vêm juntas.

18/01/2007

Anacrusicos Anónimos

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Este post é dedicado só aos anónimos.
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Pede-se que todos os comentários sejam anónimos.
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Quem quiser assinar os comentários por favor dirija-se a outro post qualquer.
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17/01/2007

Kumpania Algazarra


A musical trip to many cultures...


A happy and energetic show to dance around the world...


Celebrate with us the party of life, share your dance and smile...


An unforgettable experience!



Próximos concertos:

- 19 Janeiro - Tambor Q Fala, Seixal
- 27 Janeiro - Galeria Zé dos Bois, Lisboa
- 9 Fevereiro - Incrível Club, Almada
- 17 Fevereiro - Festa Carnaval, Teatro "A Comuna", Lisboa


Medeia no Chapitô

MEDEIA
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Co-produção da Companhia do Chapitô
com a Companhia Paulo Ribeiro
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John Mowat, actor e encenador, criador incontornável na vida e dinâmica teatral da Companhia do Chapitô, tem recentemente desenvolvido trabalho com a Companhia Paulo Ribeiro, o entusiasmo suscitado resultou num novo desafio – juntar o teatro físico e a dança num só momento. A criação conjunta entre as duas companhias, a convergência entre as duas linguagens, e a energia que a envolve, pode agora ser vista na recriação de Medeia – face consciente e provedora de ideias do ser feminino – uma razão mais para que o conjunto dos agentes fosse quase perfeito: o corpo-presença das bailarinas e o trabalho físico dos actores em equilíbrio com os elementos cénicos, o que só poderia reverter numa comédia visual e sensitiva, cheia de humor.

Lilás de Jon Fosse no CCB

Na cave húmida de uma velha fábrica, um rapaz mostra a uma rapariga onde a sua banda ensaia. O namorado da rapariga aparece – o baterista – e cresce uma tensão no ar. Com quem é que ela está agora? Depois dela sair, aparece o resto da banda – o vocalista e o baixista – e descobrimos que o rapaz quer deixar a banda, embora tivesse sido o seu entusiasmo inicial a juntá-los.
Esta é uma peça sobre os adolescentes, os seus locais de encontro, os amores desfeitos, as suspeitas, a vontade de partir, de ir embora, de cortar as amarras, a necessidade do grupo, a vontade de ficar, a solidão daqueles que, entre os 14 e os 17 anos, não sabem ainda como viver, presos aos dias que se seguem. A que só a música, ás vezes, parece dar voz.A adolescência não é um momento de sorrisos e açúcar, o tempo nunca mais passa.E Jon Fosse trata de igual para igual os seus espectadores, espantados por existirem, por não saberem o que fazer da vida.
Um espectáculo para ser visto por adolescentes, sozinhos, em grupos, com os pais, com os amigos. É da vida deles que aqui se trata, da nossa vida cinzenta.
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LILÁS de Jon Fosse Tradução Pedro Porto Fernandes. Dramaturgia Jorge Silva Melo e Miguel Castro Caldas Com António Simão, João Miguel Rodrigues, Paulo Pinto, Pedro Carraca, Sylvie Rocha Direcção Musical Rui Rebelo Cenografia e figurinos Rita Lopes Alves Luz Pedro Domingos Encenação João Miguel Rodrigues

no pequeno auditório do CCB só até 22 de Janeiro

Circolando


Rabecas exibicionistas, mas com toda a razão de o ser!
(espectáculo Giroflé - Circolando)
Belo novo espectáculo poético desta companhia portuense na semana passada no CCB: "Quarto interior" com André Braga (grande abraço, amigo ex-co-Olharapo) e João Vladimiro.
Mais imagens em http://circolando.com

Tiago Gomes, poeta da noite


"Deverá ser julgado


quem quis pôr fim


ao plano de amorização


do nosso mundo?"



Tiago Gomes


(Copiado na confiança que este poeta vai aderir ou já aderiu ao plano "Licenças Creative Commons", como já fizeram por exemplo o escritor/poeta Nuno Júdice e o grupo musical "The Gift", http://www.creativecommons.pt/ )

Salvador Dali



Violoncela-se. É crime?
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15/01/2007

Iniciação à Reprodução Musical


Tenho muitas dúvidas relativamente aos temas musicais aqui abordados.
Se há gravidez musical e consequentemente aborto musical, tem forçosamente que existir a menstruação musical. O que é tal coisa? Tem alguma influência nas doenças musicalmente transmissíveis?
O que fecunda o quê para engravidar quem musicalmente?

Como é que se põe a sementinha musical na cabeça do músico?

Solicito a intervenção dos nossos especialistas para esclarecerem estas dúvidas.

14/01/2007

Gravidez musical não desejada



Os numerosos comentários suscitados pelos posts anteriores do nosso estimado colega Dr. Rui põem em evidência a necessidade de abrir uma Urgência no "Consultório Musical" para casos de gravidez musical não desejada.

Escolhemos aproveitar uma sinalização da Associação para o Planeamento da Família, pois confiamos que os/as utentes possuam o discernimento para fazer uma autodiagnose prévia e depois decidir (conforme o seu estado clínico específico) se quiserem dirigir-se aos nossos serviços ou antes à APF. No entanto, em caso de dúvida os nossos médicos Dr. Partituras e Dr. Contratempos indicarão de bom grado o caminho certo.

12/01/2007

Corleone's Waltz - O Papa Sorriso


No verão passado vi em DVD as três partes da obra monumental de Francis Ford Coppola "The Godfather" ("O Padrinho") com música de Nino Rota e Carmine Coppola (pai do realizador).
Em "The Godfather III " (1990) um dos temas principais da banda sonora é a "Corleone's Waltz". Nesta última parte da trilogia é abordada a polémica em relação à morte do Papa João Paulo I em 1978, nunca completamente esclarecida.
O "Papa Sorriso" era a favor de uma Igreja dos Pobres, repudiava dogmas, ostentação, luxo e formalidades, condenava e queria acabar com as duvidosas ligações financeiras do Vaticano. Ele também desejava uma revisão das posições tradicionais da Igreja Católica sobre temas como aborto e contracepção, entrando em choque frontal com a ordem estabelecida na Igreja com os seus tentáculos para vários sectores da sociedade.
A brevidade do seu pontificado (33 dias) suscita especulações até aos dias de hoje: será que ele foi vítima de uma conspiração? A problemática voltou à actualidade com a publicação do livro "O Último Papa" da autoria do escritor/jornalista Luís Miguel Rocha (ed. Saída de Emergência), um romance/policial a confirmar a tese do assassinato. Lançado em várias línguas no dia do aniversário da morte do Papa João Paulo I, o livro tornou-se rapidamente um best-seller.
Entrei em contacto com o escritor e o editor através do site http://www.ultimopapa.com/ e propus-lhes a ideia (que foi aceite) de interpretar a "Corleone's Waltz", tocado por um trio de acordeão, clarinete e contrabaixo, durante a apresentação do livro nas Ruinas do Convento do Carmo em Lisboa no dia 29 de Setembro do ano passado. Foi uma noite memorável.

"Corleone's Waltz" a ouvir em:

http://www.forzadagro.org/Archivio/Musica/Nino%20Rota%20-%20Theme%20from%20The%20Godfather.mp3 (versão no filme)

http://www.forzadagro.org/Archivio/Musica/Ennio%20Morricone%20and%20Nino%20Rota%20%20-%20The%20Godfather%20Waltz.mp3 (versão de orquestra)

11/01/2007

Contraceptivos musicais e doenças musicalmente transmissíveis

O Post anterior levantou-me muitas dúvidas sobre a questão dos contraceptivos musicais e das doenças musicalmente transmissíveis.

O que é o contraceptivo musical?
Pela lógica será algo que se toma e que impede a fecundação de qualquer tipo de ideia musical, podendo adquirir também a vertente de “pílula do dia seguinte”, matando a ideia musical gerada na véspera.
Mas existem também meios de contracepção unicamente com o intuito de prevenção de doenças musicalmente transmissíveis, que são os chamados preservativos musicais. Estes poderão tomar a forma de tampões de silicone, prevenindo assim a escuta apurada de musicas nocivas para a saúde ou de níveis de decibéis inaceitáveis, mas também a forma de musicacida (segundo a etimologia é o que mata as musas ou o que lhes diz respeito) matando os efeitos nocivos de uma música ouvida ou criada.

E o que são as doenças musicalmente transmissíveis ?
Pela mesma lógicas são enfermidades que se contraem através de contacto musical.
Poderão existir na forma de vírus musical; um agente sonoro infeccioso inerente a certas doenças musicalmente contagiosas, sem metabolismo independente e com capacidade de reprodução apenas no interior das células hospedeiras musicalmente vivas.
Mas também existirão na forma de bactéria musical que consiste num microrganismo unicelular sonoro sem harmónicos, que vive no mundo binário, nos computadores, nas discotecas, mas também na radio e na televisão, sendo responsável pela decomposição de substâncias musicalmente orgânicas e pela propagação de doenças musicais.

Esta problemática levanta-nos várias questões:
Sofrerão os surdos de infertilidade musical ? e serão eles imunes a doenças musicalmente transmissíveis?
Será que ouvindo música muito má (também denominada de aborto musical) estamos a impossibilitar a ideia musical criativa, ficando assim apenas com a capacidade de gerar abortos musicais?
Quais as vias de contágio do gosto musical?
Será que a escuta de vírus e bactérias musicais, em doses reduzidas, nos faz criar anticorpos?
Como fazer vacinas musicais? E homeopatia musical?
O que é o viagra musical?

Complexo!

Eu conheço uma imunidade às doenças musicalmente transmissíveis: Fazer e ouvir música de qualidade (passo a falta de humildade)
E conheço também um tipo de contraceptivo musical do tipo que impossibilita a fecundação da ideia musical que é estar para aqui a perder tempo com posts em blogues em vez de ir trabalhar.

08/01/2007

O Aborto Musical

Se tivermos uma ideia musical e não a escrevermos, tocarmos ou gravarmos, só poderemos considerar isso um aborto musical se apagarmos por completo essa ideia da nossa memória. Pois se compusermos uma música e nos lembrarmos dela para o resto da vida é considerado gravidez musical eterna, e não aborto.
Existe outra questão que é a da interrupção voluntária da ideia musical. Se, por exemplo, alguém me interromper o pensamento musical e me transferir a atenção para outro pensamento, fazendo-me esquecer da música, isso será uma interrupção involuntária do pensamento musical à qual já não poderemos chamar de aborto. Mas se for eu próprio a distrair-me e a interromper o pensamento musical poderemos nós classificar o voluntariado dessa acção de interrupção? Penso que não.
Outra questão pertinente é se será o embrião musical considerado música?
Ora imaginem que o João Sebastião Ribeirinho quando estava a ter uma ideia musical que consistia num começo de arpejos (género dó-mi-sol-dó-mi-sol-dó-mi, repetindo e depois indo para o segundo grau e fazer o mesmo em ré menor) e de repente o seu estômago rosnava de fome e ele corria para a cozinha e esquecia-se da ideia musical que estava a ter. Não se poderia chamar a esses dois compassos o preludio nº 1, mas o facto é que se ele não se tivesse esquecido da ideia, provavelmente a teria completado. Felizmente não teve fome nesse momento .
Ora aqui coloca-se o problema que nos faz questionar a partir de quando uma ideia musical ganha a forma de música. Aos oito compassos? Aos doze? Bastante complexa e profunda esta questão somada a outra que é se uma melodia, ritmo ou harmonia quando isolados são considerados música?
Durante toda a história da música houve sempre abortos musicais. Terão sido eles todos involuntários?
E um plágio? Poderá ser o plágio considerado aborto? Um plágio é uma espécie de barriga de aluguer, logo se houver interrupção voluntária do plágio é considerado aborto. Neste caso obviamente sem punição moral.
Há também a questão dos gémeos (não génios) musicais. O João e o António têm a mesma ideia musical em simultâneo. De quem é a música? Visto não existirem testes ADN de autoria musical será impossível classificar e resolver esta situação.
Como podem ver esta questão do aborto musical é muito complexa e levanta muitas questões. Questões essas que me estão a deixar com uma ligeira dor de cabeça, causa que me encaminhará directamente ao consultório musical (post 31-12-06) para solicitar aos Drs. Contratempos e Partituras uma prescrição musical rápida e eficaz.

"Valse" do "Lago dos Cisnes", Opus 20, de P. I. Tchaikovsky


Nem toda a gente terá provavelmente a paciência de dactilografar todas as letras e cifras da última prescrição do Dr. Contratempos no "Consultório Musical", por isso vou facilitar a vida às Vossas Excelências e proporcionar a oportunidade de tomar este medicamento fortíssimo (e por isso não aconselhável a pessoas muito sensiveis) com UM simples clique:
http://bonamusica.blogspot.com/2005/07/o-lago-dos-cisnes-de-tchaikovsky.html
Também é uma possível resposta à pergunta no título do post anterior...

Que tema abordar no próximo post?

Estão abertas as propostas na caixa de comentários.
Pede-se a todos os visitantes que participem, anónimos ou não.

07/01/2007

Projecto Tao II

CONCENTRAÇÃO
Após ganhar vários torneios de Arco e Flecha, o jovem e arrogante campeão resolveu desafiar um mestre Zen que era reconhecido pela sua capacidade como arqueiro.
O jovem demonstrou grande perícia técnica quando acertou num distante alvo com a primeira flecha lançada, e ainda foi capaz de dividi-la em dois com o seu segundo tiro.
"Sim!", exclamou para o velho arqueiro, "Veja se pode fazer isso!"
Imperturbável, o mestre não preparou o seu arco, em vez disso fez sinal para que o jovem arqueiro o seguisse para a montanha . Curioso sobre o que o velho iria fazer, o campeão seguiu-o para o alto até alcançarem um profundo abismo atravessado por uma frágil e pouco firme tábua de madeira. Calmamente caminhando sobre a insegura e certamente perigosa ponte, o velho mestre escolheu uma árvore longínqua como alvo, esticou o arco, e acertou num claro e directo tiro.
"Agora é a tua vez," disse ele enquanto suavemente voltava para solo seguro.
Olhando com terror para dentro do abismo negro e aparentemente sem fim, o jovem não conseguiu caminhar pela prancha, muito menos acertar um alvo de lá.
"Tens muita perícia com o teu arco," disse o mestre, percebendo a dificuldade do jovem, "mas tens pouco equilíbrio com a mente que nos deve deixar relaxados para nos concentrarmos no alvo."

Quem tem ética passa fome


Foi esta curta frase que proporcionou a imortalidade mediática a Teresa Guilherme, produtora e importadora de Telelixo (em grande parte proveniente da minha Holanda, tenho de admiti-lo com vergonha na cara, emigrar para Portugal pelos vistos também não resolve, o lixo vem atrás...). A frase vinha numa entrevista no suplemento dominical "Pública", algures no início de 2001. Em plena euforia sobre o êxito do Big Brother ela fez mais umas revelações que merecem ser lembradas, do género: "A minha mãe disse sempre: "Ó filha, não és muito bonita, mas pelo menos dás nas vistas". Ou esta: Pergunta:"Qual será o próximo passo (depois do Big Brother)? A morte em directo!?" Resposta: "Porque não!? Se houver mercado....".
Claro, porque não? Toda a gente feliz: espectáculo na TV com as audiências a subir, moribundo em paz com a despedida dourada do Endemol, já para não falar dos herdeiros!
Passaram seis anos e achei graça à actualização pela Contra Informação,
Tristesa Guilherme (voz) com Francisco Bolsa na Mão (maracas):
"Não valho nada, mas tenho, tenho tudo,
TV foleira é aquilo que produzo,
Mas não m'importa, ganho muito dinheiro
P'ra comprar amigos, estrelas, o amor verdadeiro!"
A ver no blogue "Salvoerro" de Filipe Homem Fonseca, post de 20 de Dezembro 2006:


06/01/2007

Já cheguei...


Caro Rui, caro Fernando, é com muito prazer que aceitei o vosso convite para fazer parte do restrito grupo de colaboradores deste blogue. Será ao mesmo tempo uma honra e uma responsabilidade compartilhar este espaço virtual com as Suas Eminências. Houve uma pequena dúvida sobre o nome a escolher: o Rui achou que eu devia adoptar, tal como os outros colaboradores, o nome com que saí do ventre materno há mais de meio século, no entanto, eu queria ficar com a alcunha que já tenho na blogosfera. Aliás, o Fernando teve a amabilidade de não deixar às escuras os caros leitores deste blogue e revelou a minha identidade no seu post de 27 de Dezembro 2006. Logo a seguir, ao seu pedido, eu senti-me inspirado a revelar algumas peculiaridades linguísticas acerca do "perdão" em Holandês....
O nome "Palhaço do Xadrez" foi-me atribuido no Verão de 1993 por um jornalista do jornal desportivo "A Bola" . Ele viu-me no espectáculo "Tété, Sonho, Ilusão e Companhia" (uma produção do Chapitô, encenação de Fernando Gomes) e também já tinha reparado no meu nome no semanário "O Benfica" onde apareci como Benfiquista finalista no campeonato nacional individual de xadrez.
Desde então até agora tenho procurado honrar este epíteto tanto no xadrez como no mundo do espectáculo. No xadrez cheguei no ano passado ao estatuto de Mestre Nacional, mas infelizmente isto não garante minimamente a sobrevivência neste Desporto de Alta Competição (ao contrario dos casos de "Benfiquistas" em outras modalidades, estes muitas vezes sem amor à camisola...). No mundo do espectáculo este Palhaço salta de uma bóia para outra à procura da Salvação, como tantos outros, uma situação que já apontei no meu primeiro comentário neste blogue (post de 21 de Dezembro 2006).
Uma característica de um Palhaço é a sua irreverência e neste aspecto espero não desiludir, caros leitores!
De resto estou particularmente contente com a iniciativa dos Exmos. Senhores Dr. Partituras e Dr. Contratempos de abrir um "Consultório Musical" neste blogue (post de 31 de Dezembro 2006), eles podem contar com o meu apoio incondicional. Provavelmente, assim vai este país à beira mar plantado, vou ter de recorrer aos seus serviços com alguma frequência.

04/01/2007

Esta é só para os que sabem ler música.


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03/01/2007

Zero palavras valem mais que mil imagens.

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Projecto Tao

A necessidade de ganhar

Chuang Tse (sec. IV a.C.)

Quando um arqueiro faz tiro ao alvo,
sem nenhum objectivo,
emprega toda a sua perícia.
Mas se o objectivo é ganhar um prémio qualquer,
nem que seja uma taça sem valor,
fica nervoso.
E se o prémio é de ouro,
então fica meio cego ou vê dois alvos:
Fica fora de si !

A sua perícia não mudou.
Mas o prémio divide-o. Preocupa-se.
Pensa mais em ganhar do que em atirar.
E a necessidade de ganhar
impede-o de usar toda a sua perícia.

02/01/2007

Dois mil e sempre...


bom ano