Quase na véspera do início dos ensaios para a reposição do musical "A Fábrica do Nada" (Artistas Unidos, resumo em http://www.culturgest.pt/actual/fabrica.html) e para acabar o ano em beleza brindei-me com uma pequena prenda: o DVD do filme "Metropolis" do visionário realizador Fritz Lang. Produzido há 80 anos, o filme continua a ser uma obra-prima na ficção científica cinematográfica.
Metropolis é uma grande cidade industrial no século XXI, governada autocraticamente por um poderoso empresário. Existem territórios separados para as duas classes: os senhores, a classe privilegiada que passa o tempo na cidade com os seus jardins idílicos e lugares de divertimento, e a grande massa dos operários, condenados a viver e trabalhar em galerias no subsolo, escravizados e desumanizados pelas máquinas que são um factor essencial na manutenção da estrutura da cidade.
Hitler ficou impressionado com o filme e quando chegou ao poder pediu ao cineasta, através do seu Ministro Goebbels, para colaborar na propaganda do partido nazi. Enquanto Thea von Harbou, na altura a sua esposa e também guionista do filme, aceitou essa proposta, Fritz Lang fugiu para Paris e mais tarde para os Estados Unidos, onde continuou a fazer filmes.
Informação sobre o filme na versão inglesa da Wikipedia: http://en.wikipedia.org/wiki/Metropolis_%28film%29
Pormenores preciosos do "making of" em: http://www.youtube.com/watch?v=ZrYd4-YbXrE&feature=related
Um fragmento maior em: http://www.youtube.com/watch?v=NarN046dDOQ&feature=related - repare, caro leitor, como as galerias brancas na estação de metro Baixa Chiado em Lisboa são igualzinhas às galerias no filme, percorridas pelos rebanhos de operários robotizados a caminho do trabalho (minuto 2.00 até 2.20 do fragmento), o que havemos de pensar disso!?